"Estamos a trabalhar intensamente, muito intensamente, e em boa cooperação com as autoridades portuguesas. Temos uma equipa no terreno, que está a trabalhar de forma estreita com o Ministério das Finanças. E eu próprio, assim como o vice-presidente (Valdis) Dombrovskis, estou em contacto permanente com o ministro (Mário) Centeno, com quem falei há alguns minutos", revelou Moscovici, numa conferência de imprensa em Bruxelas.
"Nos últimos dias, nas últimas horas, e mesmo nos últimos minutos, as autoridades portuguesas fizeram propostas que vão no bom sentido, mas que devemos ainda analisar em detalhe", acrescentou.
Apontando que "Portugal tem dado provas de boa vontade" nas discussões ainda em curso, "tal como a Comissão Europeia", cuja missão é assegurar que as regras europeias são respeitadas, Moscovici disse que "resta ainda trabalho hoje" e espera que seja possível alcançar "um acordo nas próximas horas", mas advertiu que é muito cedo para antecipar um desfecho relativamente a uma decisão que cabe ao colégio de comissários tomar, na sexta-feira.
Projeções para Portugal ainda não refletem discussões em curso
Na conferência de imprensa de apresentação das previsões económicas de inverno, Pierre Moscovici esclareceu que, no caso de Portugal, o documento ainda não integra eventuais medidas adicionais de consolidação orçamental que estão a ser discutidas com o Governo, lembrando que só na sexta-feira o executivo comunitário se pronunciará sobre o projeto de plano orçamental português.
"Quero precisar que as previsões apresentadas aqui baseiam-se na nossa primeira análise do plano orçamental que recebemos a 22 de janeiro. E devo dizer que as discussões contidas no relatório não refletem as discussões ainda em curso sobre o assunto. O objetivo desse diálogo é clarificar alguns aspetos do plano orçamental e analisar que compromissos suplementares o Governo pode fazer, com o objetivo de assegurar que esse plano orçamental respeita o Pacto de Estabilidade e Crescimento", disse.
Com Lusa