"É sim um Orçamento exigente, mas se eu não tivesse confiança no ministro das Finanças, não estava aqui hoje a apresentar este Orçamento. E não tenho confiança como um ato de fé, tenho com base na prova provada dos dados da economia", vincou o governante.
Costa falava no parlamento, na abertura do debate na generalidade do OE para 2016, e respondia ao líder parlamentar do PS, Carlos César.
César havia arrancado a sua intervenção destacando o "alto significado político" de a proposta de Orçamento ser aprovada na generalidade com votos favoráveis de PCP e Bloco de Esquerda (BE).
"Como há perto de dois anos o senhor primeiro-ministro dizia e bem, defendemos que o conceito de arco de governação com critério de exclusão à esquerda não poderia ser nunca um fator de enriquecimento e envolvimento na nossa democracia. Rompemos com esse bloqueio histórico", vincou o chefe da bancada socialista.
Posteriormente, Carlos César atacou a direita e a sua exclusão do debate e de propostas: "À direita encontra algum critério de exclusão que não seja a ela imputável?", questionou o socialista, dirigindo-se ao primeiro-ministro.
Depois, António Costa advogou que o "Passismo" - forma de designar a liderança de Pedro Passos Coelho no PSD - "é simplesmente uma nova versão de passadismo, a incapacidade de se libertar do passado".
A ofensiva do chefe do Governo mereceu comentários em tom exaltado de vários deputados do PSD, o que motivou inclusive o Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, a pedir serenidade aos parlamentares.
"O PPD/PSD exclui-se do debate porque já tem vergonha do que pensa e ainda não é capaz de algo de novo em relação ao que pensava", disse ainda António Costa, que não incluiu nestas críticas o CDS-PP.
A proposta de OE para 2016 começa hoje a ser discutida na Assembleia da República, depois de Os Verdes, BE e PCP terem anunciado nos últimos dias que vão votar favoravelmente o documento, na generalidade, enquanto que PSD e CDS vão votar contra.
A proposta de OE2016 seguirá, depois, para apreciação na especialidade, com debate marcado para 10, 14 e 15 de março. A votação final global está marcada para 16 de março.
Lusa