Se "The Hurt Locker" ganhar o Óscar de melhor filme, onde os produtores são chamados ao palco para receber o prémio, Chartier receberá a sua estatueta numa data posterior à cerimónia, precisou a Academia num comunicado.
Chartier é um dos líderes da empresa de produção norte-americana Voltage, que produziu "The Hurt Locker".
A sanção da Academia das Artes e das Ciências do cinema, que organiza os Óscares desde 1929, surge na sequência do envio por parte de Chartier, na semana passada, de um correio eletrónico para os membros da Academia.
Na mensagem, o produtor pediu aos eleitores para recompensar o seu "filme independente", e não "uma longa-metragem de 500 milhões de dólares".
Esta referência evidente a "Avatar", o filme de grande orçamento de James Cameron, é uma infração manifesta ao regulamento dos Óscares, que proíbe formalmente os candidatos de "emitir uma opinião negativa ou desagradável sobre os filmes em competição", precisou a Academia.
Face às reações provocadas pela sua mensagem, Nicolas Chartier publicou um mea culpa em que qualificou o seu correio eletrónico como "inoportuno e estúpido".
"A minha mensagem foi deslocada e fora do espírito de celebração do cinema que supõe esta entrega de prémios", escreveu Chartier.
"Foi um erro maior ainda, pessoal e profissional, pedir-vos para votar no meu filme e fazer comentários sobre outro", sublinhou o produtor francês.
"A minha ingenuidade, a minha ignorância das regras e a minha completa estupidez, enquanto nomeado pela primeira vez, não justificam o meu comportamento, que lamento profundamente", acrescentou.
O anúncio da Academia surgiu alguns minutos antes do encerramento dos votos, terça feira às 17h00 (1h00 em Lisboa).
A cerimónia terá lugar no domingo às 17h00 locais no Kodak Theater de Hollywood, o bairro histórico do cinema no noroeste de Los Angeles.
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)
Lusa