"Os factos descritos nos 'media' nacionais e internacionais sob o nome 'Panama Papers' vão ser objeto de uma investigação", disse o Ministério Público, num comunicado.
A investigação terá por objetivo apurar se foram cometidas infrações e por quem e, ainda, identificar eventuais prejuízos financeiros, precisou o Ministério Público.
Vários países abriram investigações sobre branqueamento de capitais na sequência das revelações sobre um vasto esquema de evasão fiscal, a partir de cerca de 11,5 milhões de documentos provenientes do escritório de advogados panamiano Mossack Fonseca.
Mossack Fonseca declarou que essas revelações eram um "crime" e um "ataque" contra o Panamá, regularmente acusado de ser um paraíso fiscal, algo que é contestado pelas autoridades.
O Governo do Panamá assegurou no domingo que "iria cooperar vigorosamente" com a justiça em caso de abertura de um processo judicial.
O Ministério Público panamiano reconheceu a "complexidade e o efeito sem precedentes das informações" divulgadas, mas declarou que iria "disponibilizar todos os instrumentos" à sua disposição para a realização da investigação.
A maior investigação jornalística da história, divulgada na noite de domingo, envolve o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, e destaca os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.
A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas 'offshore' em mais de 200 países e territórios.
Com Lusa