Ataque ao Charlie Hebdo

Comboio de alta velocidade e sinagoga evacuados em França

Um comboio de alta velocidade que ligava Lyon e Paris e uma sinagoga situada na capital francesa foram evacuados hoje, enquanto prossegue a operação para deter os suspeitos autores do ataque de quarta-feira contra o jornal Charlie Hebdo.

© Youssef Boudlal / Reuters
Segundo o jornal francês Le Figaro, o TGV (comboio de alta velocidade) foi evacuado hoje de manhã, em Saône-et-Loire, depois de um homem de origem síria, que viajava sem bilhete, ter dito que era um terrorista. 

Um passageiro de origem britânica alertou as autoridades, que, por sua vez, avisaram os controladores ferroviários, que decidiram parar o comboio. 

A polícia militarizada procedeu depois à evacuação do comboio e deteve o sírio, com cerca de 30 anos. O comboio e as bagagens de todos os passageiros foram revistados, mas nada foi encontrado, tendo sido aberto um inquérito, disse a direção regional dos caminhos de ferro franceses (SNCF) em Bourgogne. 

Os passageiros foram transportados num comboio de substituição e a circulação foi retomada às 12:55 locais (11:55 em Lisboa).

Em comunicado, a prefeitura de Saône-et-Loire indica que "o passageiro autoproclamou-se terrorista e declarou ter intenções criminosas em relação à segurança no comboio".

Na capital francesa, a sinagoga da Vitória foi evacuada, por motivos de segurança, mas, por outro lado, um outro local de culto judaico, alvo de um atentado em 1980, recusou-se a encerrar, afirmando: "Não temos medo", disse um responsável.

Segundo páginas de Internet francesas que estão a acompanhar o assunto ao minuto, várias lojas têm fechado, mas esta informação não foi confirmada por agências oficias.

A França registou, desde quarta-feira, três incidentes violentos, que começaram com um atentado à sede do jornal Charlie Hebdo, em Paris, provocando 12 mortos (10 jornalistas e cartoonistas e dois polícias) e 11 feridos.

Dois suspeitos do ataque, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, continuam barricados, desde hoje de manhã, numa gráfica, em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, cercados por uma gigantesca operação policial.

Na quinta-feira, foi morta uma agente da polícia municipal, a sul de Paris, e fontes policiais estabeleceram já "uma conexão" entre os dois 'jihadistas' suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o presumível assassino.

Hoje, ao fim da manhã, pelo menos duas pessoas foram mortas numa loja 'kosher' (judaica) do leste de Paris onde, horas antes, um homem sequestrou pelo menos cinco pessoas, segundo fontes citadas pela agência France Presse.

Fontes policiais citadas pelos 'media' franceses dizem que este homem é provavelmente o mesmo que matou a polícia municipal.



Lusa