Portugal 2011

Juncker não encara ajuda externa "de forma tão dramática" quanto Passos Coelho

O presidente do Eurogrupo recusou-se hoje em Estrasburgo a comentar o cenário de Portugal precisar de um novo resgate financeiro, admitido pelo primeiro-ministro se a situação na Grécia se agravar, afirmando que não vê a situação "de forma tão dramática" quanto Passos Coelho.

Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo
© Kacper Pempel / Reuters

Falando em Estrasburgo à saída de um debate no Parlamento Europeu sobre  a crise da Zona Euro, Jean-Claude Juncker, instado a comentar as declarações  de há uma semana do primeiro-ministro português sobre a eventualidade de  Portugal ter que pedir ajuda adicional caso a situação da Grécia se agrave,  afirmou que não seria "sensato" da sua parte comentar tal cenário e disse  acreditar que as palavras de Pedro Passos Coelho foram sobretudo dirigidas  a Atenas, porque de facto o que acontece num Estado-membro afeta os restantes,  mas recusou admitir também a necessidade de um segundo pacote de ajuda.

Questionado sobre se partilhava o receio de Passos Coelho, Juncker disse  que "não seria sensato" da sua parte responder à questão, e quando lhe foi  perguntado sobre se considerou sensato o primeiro-ministro português ter  admitido publicamente a necessidade de Portugal pedir um segundo pacote  de ajuda, disse acreditar que as palavras de Passos Coelho foram sobretudo  "uma indicação útil para os gregos por parte do primeiro-ministro português".

"Mas eu não encaro a situação de uma forma tão dramática quanto ele  o fez", disse, acrescentando que o fenómeno de contágio é, no entanto, uma  realidade. "Temos que saber que todos nós estamos intimamente interligados",  disse. 

Juncker voltou, todavia, a salientar o bom trabalho que tem vindo a  ser realizado pelas autoridades portuguesas na implementação do programa  de ajustamento, reafirmou que "Portugal está de facto no bom caminho" e  disse estar "deveras satisfeito com Portugal". 

Lusa