Falando em Estrasburgo à saída de um debate no Parlamento Europeu sobre a crise da Zona Euro, Jean-Claude Juncker, instado a comentar as declarações de há uma semana do primeiro-ministro português sobre a eventualidade de Portugal ter que pedir ajuda adicional caso a situação da Grécia se agrave, afirmou que não seria "sensato" da sua parte comentar tal cenário e disse acreditar que as palavras de Pedro Passos Coelho foram sobretudo dirigidas a Atenas, porque de facto o que acontece num Estado-membro afeta os restantes, mas recusou admitir também a necessidade de um segundo pacote de ajuda.
Questionado sobre se partilhava o receio de Passos Coelho, Juncker disse que "não seria sensato" da sua parte responder à questão, e quando lhe foi perguntado sobre se considerou sensato o primeiro-ministro português ter admitido publicamente a necessidade de Portugal pedir um segundo pacote de ajuda, disse acreditar que as palavras de Passos Coelho foram sobretudo "uma indicação útil para os gregos por parte do primeiro-ministro português".
"Mas eu não encaro a situação de uma forma tão dramática quanto ele o fez", disse, acrescentando que o fenómeno de contágio é, no entanto, uma realidade. "Temos que saber que todos nós estamos intimamente interligados", disse.
Juncker voltou, todavia, a salientar o bom trabalho que tem vindo a ser realizado pelas autoridades portuguesas na implementação do programa de ajustamento, reafirmou que "Portugal está de facto no bom caminho" e disse estar "deveras satisfeito com Portugal".
Lusa