Protestos em Hong Kong

Polícia voltou a usar gás pimenta contra manifestantes pró-democracia

A polícia voltou a usar gás pimenta contra manifestantes pró-democracia esta madrugada. Entretanto, os líderes da manifestação anunciaram estar dispostos a retirar de alguns locais.

Loading...

Os manifestantes pró-democracia de Hong Kong, que ocupam áreas do centro da Região Administrativa Especial chinesa desde o passado fim de semana, anunciaram hoje que vão abandonar alguns locais de protesto.

O movimento 'Occupy Central', um dos movimentos que lidera a coligação de grupos pró-democracia, anunciou esta decisão na sua conta da rede social Twitter.

O anúncio ocorre depois do executivo de Hong Kong ter manifestado a sua disponibilidade para dialogar sobre a reforma democrática do território se os manifestantes desbloqueassem algumas vias da cidade, de forma a permitir, por exemplo, a abertura de escolas e o regresso das pessoas ao trabalho.

Apesar da decisão do movimento 'Occupy Central', muitas pessoas continuavam a dirigir-se para os locais de protesto, revelando um clima de divisão entre os manifestantes, segundo testemunharam os jornalistas da agência espanhola EFE.

"Não temos líderes, é um movimento de pessoas", afirmou, em declarações à agência EFE, Harry, um professor de 26 anos que pretende continuar com o protesto.

"Este movimento é dos estudantes, o 'Occupy Central' aproveitou-se da nossa coragem para assumir o protesto como seu, não precisamos deles", disse Ruby Lan, uma publicitária de Hong Kong.

O dia de hoje está a ser encarado com particular tensão, depois de o Governo de Hong Kong ter ameaçado utilizar "todas as medidas possíveis" para restabelecer a ordem nas ruas até segunda-feira.

Durante a madrugada de hoje, a polícia de Hong Kong voltou a recorrer ao uso de gás pimenta para dispersar um grupo de manifestantes que se concentrou em frente a uma esquadra no bairro de Mong Kok, após escaramuças com os jovens.

Numa conferência de imprensa, um porta-voz da polícia defendeu "a necessidade" do uso de gás pimenta face ao escalar da tensão na zona: "Havia grupos que estavam a provocar a polícia e tentaram empurrar o cordão policial".

Os manifestantes pró-democracia contestam uma decisão de Pequim que limita o sufrágio universal naquele território.

A China prometeu a Hong Kong que o chefe do Executivo local a eleger em 2017 poderia ser escolhido livremente pela população.

No entanto, a 31 de agosto, Pequim determinou que os candidatos ao cargo têm de reunir mais de metade dos votos de um comité de nomeação. 

Com Lusa