Protestos sem fim à vista em Hong Kong após negociações com Governo
Os líderes estudantis dos protestos em Hong Kong acusam as autoridades locais de não oferecerem algo de significativo que possa levar ao fim das manifestações e dizem estar a considerar abandonar as negociações.
Manifestantes pró-democracia assistem à emissão da primeira reunião que juntou líderes dos estudantes e Governo
© Carlos Barria / Reuters
As negociações entre os manifestantes e o Governo de Hong Kong têm sido apontadas como o único meio de pôr fim a um protesto que já dura há quase um mês, sem ter de recorrer à força.
No entanto, a primeira negociação formal, que aconteceu na terça-feira, não surtiu efeitos e terminou com os estudantes a acusar o Governo de ser "vago" nos compromissos que está disposto a fazer.
"Ainda não está decidido se haverá mais negociações no futuro", disse hoje Alex Chow, secretário-geral da Federação de Estudantes de Hong Kong.
"O Governo tem de arranjar uma maneira de resolver este problema, mas o que oferece não envolve qualquer conteúdo prático", acrescentou Chow, garantindo que os manifestantes não vão deixar as ruas num futuro próximo.
Os estudantes estão contra a proposta apresentada pelo Governo central para a eleição do chefe do executivo em 2017, que prevê que os candidatos sejam pré-selecionados por uma comissão.
A nomeação civil pedida pelos estudantes foi afastada pelos representantes do Governo local, durante o encontro de terça-feira, que insistiram que Pequim jamais autorizaria esse cenário.
Prometeram, no entanto, informar as autoridades da China Continental sobre os mais recentes acontecimentos e sugerir que fosse criada uma plataforma para discutir a reforma política além de 2017.
Os líderes estudantis consideraram estas ofertas pouco concretas e pediram que o Governo local avançasse com informação clara sobre as consequências dessas promessas.
"O Governo deve indicar, até ao fim da semana, o que este relatório [para Pequim] vai incluir e como é que a nova plataforma pode resolver os problemas que temos agora", disse Joshua Wong, líder do movimento Scholarism.
Lusa