O par de pandas-gigantes foram enviados por Xi Jinping como embaixadores, para fortalecerem a amizade China-Alemanha. A diplomacia dos pandas faz parte da tradição chinesa, são usados escrupulosamente como símbolos para cimentar uma relação internacional e também daí tirar dividendos.
Donald Trump andava por esses dias a visitar a Polónia. A chanceler alemã Angela Merkel já tinha manifestado as dúvidas quanto ao rigor da palavra do novo Presidente norte-americano, uma personalidade pouco consistente, de confiança duvidosa.
A estratégia de Trump neste ano de 2017 confirma aquilo que foi anunciado na campanha eleitoral marcada pelo slogan "America First ": uma nova era em que os Estados Unidos se voltam para dentro, com a anunciada retirada do Acordo de Paris sobre alterações climáticas, avesso aos entendimentos comerciais multilaterais, com uma face de super-potência mais temida que respeitada.
No país mais populoso do mundo, o Congresso do Partido Comunista chinês consagrou em 2017 o pensamento do presidente Xi Jinping , o socialismo chinês para uma nova era, como doutrina estudada nas escolas. Ele é encarado como o líder mais forte da China depois de Mao Tsé-Tung.
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Apesar da China ser a segunda maior economia a nível mundial, a revista The Economist elegeu Xi Jinping como o homem mais poderoso do mundo em 2017.
A esta distinção não é alheio o facto de a primeira economia do mundo, os Estados Unidos, terem um líder considerado fraco e pouco eficaz o que debilita a influência americana a nível internacional.
Aos olhos do mundo Xi Jinping surge quase sempre afável, com um permanente sorriso enigmático, que mantém o mistério sobre a sua verdadeira personalidade. A seu lado surge a sua mulher Peng Liyuan, uma soprano chinesa habituada aos palcos. Desde o momento em que Xi Jinping se tornou Presidente em 2013 que o país passou a ter uma Primeira-Dama, que aliás é encarada como uma arma de "soft power" que suaviza a imagem da China no exterior.
Ao inverso de Washington, Pequim investe na globalização, no livre comércio, no Acordo de Paris. Internamente deixou marcas no combate à corrupção, nas reformas políticas e económicas.
A China tem uma crescente classe média que quer segurança, emprego, educação e liberdade de opinião, o que está longe de ser uma realidade. Xi Jinping mantém um regime autoritário sem qualquer intenção de avançar para o modelo da democracia ocidental.
A estratégia de Pequim para os próximos anos passa por elevar o estatuto da China, e avançar no mega-projeto conhecido como Nova Rota da Seda que deverá criar rotas comerciais e infra-estruturas em dezenas de países da Ásia Central , África, até à Europa. E claro, tornar-se um trunfo global na diplomacia do Grande Panda.