Revolta nos países muçulmanos

Filha de antigo presidente do Irão detida por gritar "slogans provocadores"

Faezeh Hachemi, a filha do antigo presidente Akbar Hachemi Rafsandjani, foi detida hoje à tarde no centro de Teerão quando gritava 'slogans' provocadores para levar as pessoas a manifestarem-se, noticiou a agência oficial Irna.

"Faezeh Hachemi foi identificada e detida pela polícia na avenida Vali-Asr quando gritava slogans provocadores para criar desordem", informou a Irna.



A agência adianta que ela participou por "várias vezes em concentrações ilegais" durante os tumultos que se seguiram à controversa reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad em junho de 2009.



A agência Fars, próxima do governo, afirma por seu turno que Faezeh Hachemi "dirigia um grupo de contra-revolucionários e desordeiros" quando foi detida.



Segundo vários "sites" da oposição e testemunhas, as forças de segurança, destacadas no centro de Teerão, dispersaram hoje tentativas de concentrações da oposição nas principais praças e avenidas da capital iraniana.



A agência Fars afirmava, pelo contrário, que a situação estava "totalmente calma" em Teerão.



Os correspondentes da imprensa estrangeira não estão autorizados a fazer a cobertura das manifestações, de acordo com uma proibição em vigor desde o início das manifestações anti-governamentais pós-reeleição de Ahmadinejad.



Segundo os "sites" Kaleme e Sahamnews, ocorreram concentrações durante a tarde de hoje em várias praças e avenidas do centro de Teerão.



As forças anti-motim e as milícias islâmicas, destacadas em massa, segundo testemunhos feitos à agência noticiosa France Presse, tentaram impedir as concentrações e usaram gás lacrimogéneo, indicaram os "sites" da oposição.



O Sahamnewz deu também conta de concentrações de opositores em Ispaão (centro) e Shiraz (sul).



Os "sites" da oposição tinham apelado a concentrações anti-governamentais hoje para assinalar o sétimo dia após a morte de dois jovens durante uma manifestação no dia 14.



As autoridades lançaram sábado uma advertência firme contra qualquer nova tentativa de manifestação "ilegal", depois da do dia 14 de fevereiro que também causou feridos e numerosas detenções.





Lusa