Após sublinharem que "as pressões nas fronteiras comuns implicam consequências para o conjunto dos Estados-membros", Sarkozy e Berlusconi consideram que o conselho europeu de junho deverá implicar um impulso político que permita ultrapassar os obstáculos para tomar decisões concretas em resposta às atuais dificuldades.
O texto considera ainda que a "principal prioridade da União Europeia consiste em encontrar rapidamente um acordo global com os seus vizinhos do sul do Mediterrâneo".
Os dois dirigentes solicitam igualmente o "reforço" dos "mecanismos de solidariedade financeira" dirigidos aos Estados que acolhem imigrantes, e considera "fundamental" que a União "adote um regime de asilo europeu comum".
Nesta perspetiva, "deverá ser garantida o mais rapidamente possível uma maior convergência nas normas e nas práticas".
"Reforçar a Frontex (a agência europeia responsável pelas questões da imigração) constitui um imperativo", pelo facto de esta agência "possuir a vocação de ser o elo de um sistema europeu de vigilância de fronteiras".
A carta foi dirigida ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e ao presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.
França e Itália defendem mudança ao Tratado de Schengen
França e Itália são favoráveis a "modificações" ao Tratado de Schengen, dadas " as atuais circunstâncias excepcionais", afirmou hoje o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi.
"Em circunstâncias excecionais, acreditamos ambos que deve haver modificações ao tratado de Schengen sobre as quais decidimos trabalhar juntos", disse Berlusconi na conferência de imprensa final da cimeira.
O primeiro-ministro italiano anunciou que enviou, juntamente com Sarkozy, uma carta conjunta ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, para exigir "uma colaboração maior" dos outros países europeus com os países da margem sul da UE. Esses países "não podem ser deixados sozinhos", disse.
Itália e França viram aumentar o fluxo de imigração ilegal proveniente do norte de África na sequência das revoltas populares em países árabes.
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)
Com Lusa