Revolta nos países muçulmanos

Grupos da oposição síria apresentam declaração comum em Istambul

As forças de oposição na Síria vão apresentar hoje uma declaração comum que deverá exigir o fim imediato da repressão e o início de reformas profundas no país, incluindo o multipartidarismo.

Anas Abdah, do Movimento para a Justiça e Desenvolvimento da Síria
Algumas dezenas de dissidentes sírios no exílio, provenientes do Reino Unido, França e Egito, estão reunidos desde terça-feira em Istambul, Turquia, para coordenar a sua ação face ao regime do Presidente Bachar el-Assad, alvo de um movimento de contestação popular desde meados de março e cuja repressão já provocou 390 mortos.



" As pessoas aqui reunidas estão de acordo sobre os seguintes pontos: instauração imediata de um cessar-fogo, passagem ao multipartidarismo e estabelecimento da liberdade de imprensa", referiu à agência France Presse Gazi Misirli, um empresário turco de origem síria e membro do comité da organização.



" Os convidados representam todos os grupos religiosos, confessionais e políticos, incluindo a presença de alauitas, a seita do próprio regime", comentou Walid Saffour, presidente do comité dos direitos humanos da Síria, com sede em Londres.



" Todos estão de acordo num ponto: este regime é corrupto e deve reformar-se profundamente, ou ceder o seu lugar", sublinhou Saffour, que também pugnou por uma " via completamente democrática na Síria".



Os alauitas, onde se inclui a família do Presidente Bachar el-Assad, constituem um ramo do xiismo e que representa cerca de dez por cento da população na Síria.



" Assad faz tudo para reprimir a revolta popular, mas penso que quanto mais reprimir, mais encurtada será a esperança de vida do seu regime", concluiu o dissidente.