A explosão no quarto reator da Central Nuclear de Chernobyl (norte), considerado o maior desastre na história da energia atómica, ocorreu a 26 de abril de 1986 e provocou fugas de radioatividade que poluíram numerosas regiões da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia.
O médico ucraniano apontou como o maior erro dos japoneses o excessivo heroísmo atribuído aos trabalhos de liquidação das consequências da avaria na Central Nuclear de Fukushima, sublinhando que "neles é utilizado um número maior de salvadores do que o necessário".
"Daí que, não obstante o alto nível de civilização do país e o profissionalismo na abordagem da liquidação da avaria, a envergadura das consequências será significativamente maior do que poderia ser", precisou em declarações à Agência Lusa.
Segundo Vladimir Bebechko, é impossível passar sem atos de heroísmo em operações deste género, mas "os japoneses sujeitam-se teimosamente a um risco injustificado".
"As consequências negativas do heroísmo injustificado aquando da neutralização das consequências da avaria na Central Nuclear de Chernobyl deviam ter dado uma lição a toda a Humanidade", acrescentou.
O cientista ucraniano não descartou a possibilidade da envergadura da catástrofe na Central Atómica de Fukushima-1 poder vir a ser superior ao que aconteceu em Chernobyl depois de abril de 1986.
"O aumento das doenças cancerosas na Ucrânia provocado diretamente pela radiação de Chernobyl foi de 8 a 11% e o Japão deve ter isso em linha de conta", frisou.
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)
Lusa