"Estamos preocupados. Antes de Fukushima, eu não pensava muito nisso, mas agora vejo que temos de mudar, temos de fazê-lo, pelos nossos filhos", disse Hiroshi Iino, 43 anos, que participou na manifestação "por uma mudança de energia" juntamente com a mulher e os dois filhos, de 5 e 9 anos.
Yoko Onuma, de 48 anos, professor, veio pela segunda vez para a rua desde o acidente na central Daiichi Fukushima (No. 1), onde as fugas de radiação forçaram a evacuação de uma área em redor num perímetro de 20 quilómetros, afetando cerca de 80.000 pessoas.
Dizendo estar agora "consciente dos perigos da energia nuclear", Yoko defende a necessidade de "mobilizar muitas pessoas, como tem sido feito em outros países", como a Alemanha.
Para Junichi Sato, diretor executivo do Greenpeace Japão, um dos organizadores do evento, a mobilização contra o nuclear ainda não é muito significativa no Japão principalmente pela tragédia que assolou o país onde o número de mortos e desaparecidos totalizavam cerca de 28.000 pessoas.
A energia nuclear representava antes do tsunami de 11 de março, que levou à suspensão da produção numa dezena de reatores, quase 30% da eletricidade consumida no Japão.
Situado 250 quilómetros a nordeste de Tóquio, a central Fukushima Daiichi foi danificada pelo "tsunami", de 14 metros de altura, que causou um colapso dos seus sistemas de refrigeração, causando explosões e fugas de radiação.
O operador da central, a TEPCO, espera poder vir a estabilizar a situação na central dentro de um prazo de seis a nove meses
Lusa