TSU/PEC

PS diz que perante o chumbo da TSU outras medidas vão apoiar empresas

O líder parlamentar do PS afirmou esta quarta-feira que perante o chumbo da baixa da TSU outras medidas "certamente vigorarão" dentro do mesmo acordo de concertação social ou de um novo acordo, apoiando empresas e instituições de solidariedade social.

PS diz que perante o chumbo da TSU outras medidas vão apoiar empresas
MANUEL DE ALMEIDA

"Não vigorando esta medida da TSU (Taxa Social Única), outras certamente vigorarão, no contexto do mesmo ou de um novo acordo, apoiando as empresas e as instituições de solidariedade social", afirmou Carlos César no parlamento, intervindo no debate das apreciações parlamentares apresentadas por BE e PCP à descida da TSU paga pelos empregadores, como forma de compensar a subida do salário mínimo.

O líder da bancada socialista acusou a oposição de promover a instabilidade ao votar contra a medida acordada em concertação social: "Defendemos que a concertação social é uma mais-valia para a estabilidade social e esta para a estabilidade política. A instabilidade tem sido um aperitivo que alimenta a ideia de uma direita sempre disposta a apresentar-se falaciosamente como força disciplinadora".

Também o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, atacou o PSD nos pouco mais de 45 segundos de tempo que restava à intervenção do Governo, e, enquanto falava, eram exibidos cartazes na bancada social-democrata, à semelhança de outros momentos do debate.

Em dois desses cartazes, os deputados do PSD exibiam citações de Pedro Nuno Santos: "o PS nunca mais vai precisar da direita para governar", que dataram de 2017, e "não há uma razão forte para que reduzamos a TSU para as empresas", situada em 2015.

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares acusou o PSD de inaugurar hoje "uma nova fase na sua vida", em que decidiu "ser o partido charneira entre o PS, o PCP e o BE", e, com isso, "dizer ao centro político em Portugal que não pode contar mais com o PSD". "Mas o PSD engana-se, o PSD não vai votar contra o Governo, não vai votar contra a maioria, o PSD vai votar contra um acordo na concertação social, o PSD vai votar uma medida que é um forte apoio às pequenas e médias empresas, mas sobretudo vai votar contra si próprio", argumentou. "Esta nova fase da vida do PSD pode ter reforçado a liderança do PSD internamente mas aquilo que diz de forma clara ao centro político em Portugal é que não contem mais com o PSD", sublinhou.Antes, em resposta a Carlos César, o social-democrata Luís Campos Ferreira tinha convidado o Governo e a maioria de esquerda a "tirar ilações": "Este Governo tem uma estabilidade postiça. Essa geringonça a precisar tantas vezes de peças sobresselentes é porque tem algum defeito de fabrico".

Carlos César tinha, na sua intervenção, defendido que, não competindo à concertação social decidir, é da "prática histórica e institucional da democracia portuguesa respeitar os resultados dessa concertação"."O nosso voto é, assim, o do respeito pelo Conselho Económico e Social, sede institucional, nos termos constitucionais e legais, da concertação social, onde se representam trabalhadores e empregadores", disse.

Lusa