"Estão a utilizar [as forças de segurança] balas de combate comuns e anti-blindados. Disparam a matar", disse Siatoslav Janenko, deputado do partido da direita nacionalista radical Svoboda (Liberdade) num comunicado.
No campo governamental, o ministério do Interior reconheceu a utilização de balas reais durante os confrontos mais recentes.
"Com o objetivo de preservar a vida e a segurança dos membros das forças da ordem, foi tomada a decisão (...) de usar armas em autodefesa", refere um comunicado do ministério do Interior, que também sublinha o "direito" dos efetivos de "usarem armas de fogo" caso as suas vidas ou segurança sejam ameaçadas.
O ministro do Interior ucraniano, Vitaliy Zakharchenko, confirmou a medida, na sequência dos violentos distúrbios que regressaram a Kiev após o anúncio de uma "trégua" entre o poder e oposição, que não se concretizou.
O ministério do Interior disse ainda que os manifestantes da oposição "capturaram 67 soldados durante os ataques contra os efetivos do ministério do Interior, desconhecendo-se a sua sorte".
No campo diplomático, o Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que vai enviar a Kiev, a pedido do Presidente ucraniano, um representante para participar numa mediação com a oposição.
"O Presidente [Viktor] Ianukovich propôs ao chefe de Estado russo o envio de um representante a Kiev para participar, na qualidade de mediador, nas negociações com a oposição", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência estatal Ria Novosti.
Peskov adiantou que o mediador designado é o delegado para os direitos humanos da presidência russa, Vladimir Lukine.
Em paralelo, os ministros dos Negócios Estrangeiros francês, alemão e polaco que hoje se deslocaram a Kiev para tentar terminar com a vaga de violência vão permanecer mais tempo que o previsto na capital ucraniana e informarão à os seus homólogos europeus, indicaram diplomatas citados pela agência noticiosa AFP.
O francês Laurent Fabius, o alemão Frank-Walter Steinmeier e o polaco Radoslaw Sikorski deveriam regressar a Bruxelas ao início da tarde para participar na reunião de urgência sobre a Ucrânia com os seus homólogos da União Europeia (UE) que decorre em Bruxelas.
Lusa