A conferência de imprensa está prevista para as 17h00 em Rostov-sur-le-Don (14h00 em Lisboa), uma cidade russa perto da fronteira com a Ucrânia, bastião de Ianukovitch, que pediu hoje oficialmente a proteção da Rússia, depois de ter sido destituído do cargo pelo parlamento no sábado passado e de ter estado desaparecido desde então.
Numa declaração "ao povo ucraniano" transmitida às agências noticiosas russas, o chefe de Estado deposto declarou-se "decidido a lutar até ao fim para aplicar o compromisso" assinado no fim de semana passado com os líderes da oposição e feito em pedaços após a sua destituição pelo parlamento e a sua saída de Kiev.
"Ainda me considero o chefe legítimo do Estado ucraniano", asseverou Ianukovitch, que desapareceu desde que tentou em vão, no sábado, embarcar num avião em Donetsk (leste).
"Infelizmente, tudo o que se passa atualmente no parlamento da Ucrânia é ilegítimo", acrescentou, sublinhando a ausência de numerosos deputados da sua formação política, o Partido das Regiões, no parlamento que aprovou a sua destituição e a criação de um Governo de transição.
"Vejo-me obrigado a pedir às autoridades da Federação da Rússia que garantam a minha proteção pessoal perante as ações levadas a cabo por extremistas (...) Ameaças físicas estão a ser-me dirigidas pessoalmente, bem como aos meus apoiantes", observou.
Uma fonte do poder russo indicou às agências russas que Moscovo tinha "atendido" este pedido "em território russo", dando a entender que Ianukovitch já aí se encontrava.