A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, pediu à Rússia para não destacar forças armadas para a Ucrânia e respeitar a lei internacional, depois da câmara alta do parlamento russo ter aprovado no sábado, por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin para autorizar "o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia".
Esta decisão surgiu um dia depois da denúncia da Ucrânia de que a Rússia fez uma "invasão armada" na Crimeia.
Qualquer movimentação ou destacamento de tropas deve obedecer à lei e compromissos internacionais, "nomeadamente, ao abrigo da Carta da ONU e do Acordo Final da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), o Memorando de Budapeste de 1994, bem como de tratados bilaterais, como o que regula o destacamento da Frota russa do Mar Negro", na Crimeia, disse Ashton.
"Temos tido muitas preocupações com os últimos acontecimentos, pretendemos que as negociações sejam restabelecidas, que o diálogo seja renovado, que a integridade do território ucraniano seja mantido", declarou Rui Machete no sábado, ao lado do seu homólogo canadiano, após um encontro entre ambos.
O Canadá retirou o seu embaixador da Rússia e suspendeu a participação do Canadá na próxima cimeira do G8 (Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Japão e Rússia), prevista para junho na cidade russa de Sochi.
O Reino Unido e a França suspenderam igualmente a sua participação nas reuniões preparatórias da cimeira e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, alertou a Rússia de que se arrisca a perder o seu lugar no prestigiado Grupo dos oito devido ao envio de tropas para a república ucraniana da Crimeia.
Perante a iminência de uma intervenção militar russa, o ministério da Defesa ucraniano mobilizou no domingo os militares na reserva para assegurarem a integridade do território, ordenando aos comandantes a colocação das suas unidades em estado de alerta.
O agravamento da tensão entre a Ucrânia e Rússia após a queda do ex-presidente ucraniano Viktor Ianukovich já levou à realização de reuniões de emergência do Conselho de Segurança da ONU e da NATO.