Crise na Ucrânia

Moscovo não reconhecerá resultados de eleições na Ucrânia, se realizadas "neste clima de terror", avisa Putin

O Presidente russo diz que a Rússia não reconhecerá os resultados de eleições na Ucrânia se o escrutínio for levado a cabo "nas atuais condições de terror". Num encontro com um grupo de jornalistas difundido pela televisão oficial, Vladimir Putin sublinhou que Viktor Ianukovich "teria sido assassinado" se tivesse ficado na Ucrânia, e que "ainda é o Presidente legítimo" daquele país, apesar de "não ter futuro político".

Mikhail Klimentyev

Putin desmentiu ainda os rumores de que Ianukovich teria morrido de ataque cardíaco, garantindo que o conheceu "há dois dias" na Rússia.

Putin classifica os acontecimentos de Kiev de "um golpe anti-constitucional" resultado de uma "insurreição armada". Na conferência de imprensa, o líder russo garantiu que por enquanto "não há necessidade da Rússia usar da força militar na Crimeia", apesar de se "reservar o direito de atuar" com todos os meios ao seu alcance,  considerando essa atuação "legítima", se a situação se estender às regiões  do este da Ucrânia habitadas por russos.  

O Presidente  russo sublinhou que o objetivo é defender os cidadãos. 

Vladimir Putin afirmou ainda que a Rússia não considera a anexação da  república autónoma da Crimeia ucraniana e negou que as forças russas estejam  a cercar as bases militares da Crimeia. 

Quem bloqueia as unidades militares ucranianas na Crimeia não são tropas  russas, mas sim forças locais de autodefesa, sublinhou. 

O líder russo disse ainda que Moscovo providenciará "obviamente" ajuda financeira para a região.

O povo ucraniano, afirmou, quer a mudança, mas a "mudança ilegal" não pode ser encorajada.

Estas foram as primeiras declarações de Putin acerca da crise na Ucrânia,  num encontro com um grupo de jornalistas difundido pela televisão  oficial.