Crise na Ucrânia

Parlamento pró-russo da Crimeia declara península independente

Os deputados do parlamento pró-russo da Crimeia declararam hoje a península independente da Ucrânia, passo prévio ao referendo de domingo para permitir à sua união com a Rússia.

© Baz Ratner / Reuters

"Uma declaração de independência da república autónoma da Crimeia e  da cidade de Sebastopol" foi aprovada por 78 dos 81 deputados presentes,  segundo um comunicado do parlamento considerado ilegal pelas autoridades  de Kiev. 

A ação do parlamento parece visar criar um quadro jurídico para o território  se unir à Rússia como um Estado soberano. 

O serviço de imprensa do parlamento explicou numa declaração que a independência  entrará em vigor após o referendo se o resultado for favorável à entrada  da Crimeia na Federação Russa. 

A declaração faz referência à separação do Kovoso da Sérvia, adiantando  que "a declaração unilateral de independência de parte de um Estado não  viola as leis internacionais". 

Se o resultado do referendo for a favor da Rússia, "a república da Crimeia  como um Estado independente e soberano solicitará a entrada na Federação  Russa", adianta. 

No referendo, os eleitores serão questionados se são a favor de uma  reunificação da península ucraniana com a Rússia ou se pretendem continuar  na Ucrânia com uma maior autonomia. 

As novas autoridades de Kiev não reconhecem o governo de Simferopol,  que por sua vez considera ilegítimo o executivo central e continua a considerar  como Presidente da Ucrânia o deposto Viktor Ianukovich, exilado na Rússia.

A Crimeia pertenceu à Rússia e, no âmbito da União Soviética, foi anexada  à Ucrânia em 1954. 

Os censos mais recentes indicam que vivem no território, com 26.081  quilómetros quadrados e que acolhe uma base naval russa em Sebastopol, cerca  de dois milhões de pessoas, incluindo 60 por cento de russos, 26 por cento  de ucranianos e 12 por cento de tártaros.