Crise na Ucrânia

Manifestação junta 50 mil em Moscovo contra a intervenção russa na Crimeira

Milhares de pessoas marcharam hoje no centro de Moscovo contra a "ocupação" da Crimeia e a política do Kremlin, enquanto  grupos de nacionalistas defendem, noutro ponto da cidade, a ação do presidente  Putin nesta região da Ucrânia. 

© Maxim Shemetov / Reuters

"Pela vossa e pela nossa liberdade!" lia-se numa faixa que encabeçava  a manifestação convocada pela oposição ao presidente Vladimir Putin. 

A marcha, que partiu da Praça Pushkin em direção à avenida Sakarov,  terá reunido cerca de 20 mil pessoas, segundo estimativas das agências de  notícias internacionais. 

No início do desfile a polícia contava cerca de três mil pessoas. 

"Não toquem na Ucrânia", "Não à guerra", podia ler-se também nos cartazes  empunhados por pessoas de todas as idades com bandeiras russas e ucranianas.

"A Crimeia é Ucrânia. Mesmo que a maioria dos seus habitantes seja russa,  devem resolver os problemas com o seu Estado. A Rússia não tem nada a ver  com isso", disse Alla, uma antiga professora de 71 anos. 

"É uma guerra, uma ocupação, é inaceitável da parte de um estado civilizado",  acrescentou. 

Os manifestantes entoaram slogans como "não ao poder dos tchequistas  (membros dos serviços secretos) ou "Navalny", o nome do principal opositor  do presidente Vladimir Putin, que está em prisão domiciliária em Moscovo.

A marcha foi acompanhada por um forte dispositivo policial 

Na Praça da Revolução e do Kremlin, cerca de 15 mil pessoas responderam  ao apelo das organizações nacionalistas em apoio à política do presidente  Vladimir Putin. 

As autoridades locais da Crimeia, no sul da Ucrânia, não reconhecem  o novo Governo de Kiev e agendaram para domingo um referendo sobre a anexação  da península à Rússia. 

Forças pró-russas começaram a assumir posições estratégicas na Crimeia,  território predominantemente habitado por russos, após a destituição do  presidente Viktor Ianukovich no passado dia 22 de fevereiro. 

Lusa