"A missão foi anulada porque os russos a tornaram pública", precisaram os mesmos responsáveis, citados pela agência noticiosa AFP.
Diversas fontes europeias asseguraram que a visita deveria permanecer confidencial, mas a parte russa optou por anunciar a deslocação.
"Nestas condições, a UE decidiu não efetuar esta visita", explicou uma fonte, ao sublinhar que o objetivo consistia "na afirmação da recusa da anexação" da Crimeia e "as discussões sobre a diminuição da escalada e a prevenção de novas iniciativas destabilizadoras".
"O presidente Van Rompuy não se deslocará amanhã (quarta-feira) a Moscovo. Estará em Bruxelas para preparar a cimeira europeia de quinta e sexta-feira", assegurou.
"Era importante que alguém falasse diretamente com Putin, e a pessoa melhor colocada era o presidente do Conselho", sublinhou ainda outra fonte europeia.
Fontes diplomáticas tinham anunciado previamente a deslocação de Van Rompuy, que deveria ocorrer na véspera do encontro de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que deverá renovar a mensagem firme contra a anexação da Crimeia, mas também a intenção de manter o diálogo com Moscovo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje um tratado bilateral de união com o primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksionov, e outros dirigentes da península, ignorando as sanções ocidentais impostas contra Moscovo.
A república autónoma ucraniana da Crimeia, de população maioritariamente russa, está no centro da tensão entre a Rússia e a Ucrânia desde a destituição, em fevereiro, do presidente ucraniano Viktor Ianukovich, considerado pró-russo.
As autoridades locais da península autónoma recusaram reconhecer o novo Governo de Kiev e referendaram, no domingo passado, uma união com a Rússia, apoiada por 96,77% dos votantes.
Lusa