Crise na Ucrânia

Presidente do Conselho europeu anula deslocação a Moscovo

O presidente do Conselho europeu, Herman Van Rompuy, anulou a visita que deveria efetuar na quarta-feira a Moscovo  para se reunir com o Presidente Vladimir Putin sobre a crise na Ucrânia,  referiram hoje fontes europeias. 

Presidente do Conselho europeu, Herman Van Rompuy (Reuters)
© Yves Herman / Reuters

"A missão foi anulada porque os russos a tornaram pública", precisaram  os mesmos responsáveis, citados pela agência noticiosa AFP.  

Diversas fontes europeias asseguraram que a visita deveria permanecer  confidencial, mas a parte russa optou por anunciar a deslocação.  

"Nestas condições, a UE decidiu não efetuar esta visita", explicou uma  fonte, ao sublinhar que o objetivo consistia "na afirmação da recusa da  anexação" da Crimeia e "as discussões sobre a diminuição da escalada e a  prevenção de novas iniciativas destabilizadoras".  

"O presidente Van Rompuy não se deslocará amanhã (quarta-feira) a Moscovo.  Estará em Bruxelas para preparar a cimeira europeia de quinta e sexta-feira",  assegurou.  

"Era importante que alguém falasse diretamente com Putin, e a pessoa  melhor colocada era o presidente do Conselho", sublinhou ainda outra fonte  europeia.  

Fontes diplomáticas tinham anunciado previamente a deslocação de Van  Rompuy, que deveria ocorrer na véspera do encontro de chefes de Estado e  de Governo da União Europeia, que deverá renovar a mensagem firme contra  a anexação da Crimeia, mas também a intenção de manter o diálogo com Moscovo.

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje um tratado bilateral  de união com o primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksionov, e outros dirigentes  da península, ignorando as sanções ocidentais impostas contra Moscovo. 

A república autónoma ucraniana da Crimeia, de população maioritariamente  russa, está no centro da tensão entre a Rússia e a Ucrânia desde a destituição,  em fevereiro, do presidente ucraniano Viktor Ianukovich, considerado pró-russo.

As autoridades locais da península autónoma recusaram reconhecer o novo  Governo de Kiev e referendaram, no domingo passado, uma união com a Rússia,  apoiada por 96,77% dos votantes. 

Lusa