Crise na Ucrânia

Ucrânia acusa Rússia de abrir fogo na Crimeia, um soldado morto

O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseni  Iatsenuk, afirmou hoje que o conflito na península da Crimeia entrou numa  fase militar, depois de disparos de forças russas contra soldados ucranianos. O o Ministério da Defesa da Ucrânia disse que um soldado ucraniano morreu hoje e outro ficou ferido durante um ataque de homens armados a uma base ucraniana na Crimeia.

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© David Mdzinarishvili / Reuter

"O conflito passou da fase política para uma fase militar", disse o  primeiro-ministro, citado pela agência France Presse. 

"Hoje, as tropas russas começaram a disparar sobre os nossos soldados".  É um crime de guerra", acrescentou. 

As declarações de Iatseniuk foram divulgadas depois de diferentes fontes  militares ucranianas na Crimeia citadas pela Interfax-Ucrânia terem indicado  que as forças russas lançaram hoje um ataque contra uma base ucraniana em  Simferopol. 

Segundo a agência, que cita um oficial do centro de topografia e navegação  militar, um militar foi ferido, o comandante da base foi capturado e o resto  dos militares barricou-se no primeiro andar de um edifício da base. 

Em Kiev, por outro lado, o comandante da Marinha da Ucrânia, Sergui  Gaiduk, afirmou, após um encontro com o Presidente e o primeiro-ministro  interinos, que um oficial ucraniano foi ferido a tiro em Simferopol durante  uma tentativa de assalto contra uma base militar ucraniana naquela cidade  da Crimeia, ocupada por forças russas. 

Gaiduk, citado pela France Presse, não precisou no entanto em que dia  ocorreu o incidente. 

Gaiduk disse também, citado pela Interfax-Ucrânia, que os comandantes  militares russo e ucraniano na Crimeia vão reunir-se às 18:00 locais (16:00  TMG e Lisboa) para "discutir a atual situação e medidas específicas para  prevenir uma escalada na Crimeia". 

Segundo Gaiduk, até segunda-feira as forças russas na península recusavam  quaisquer contactos com as ucranianas. 

A presidência russa anunciou hoje que considera a Crimeia parte da Federação  Russa, após a assinatura, em Moscovo, de um tratado bilateral para a integração  daquela república autónoma na Rússia.   

     

Lusa