Crise na Ucrânia

Comunidade ucraniana em Lisboa acusa russos de perseguições na Crimeia

Cerca de meia centena de ucranianos voltaram  a concentrar-se no final da tarde de hoje perto da embaixada russa em Lisboa  para condenar a anexação da Crimeia pela Rússia e acusar os russos de perseguições.

Lusa
MIGUEL A. LOPES

"Os ucranianos e tártaros que vivem na Crimeia começaram a ser perseguidos,  começam a fugir, tenho informação pela minha própria família, que já recolheu  uma família tártara em Lviv (oeste). Estão a ser retirados das casas, ameaçados  de morte", disse à Lusa Pavlo Sadokha, presidente da associação dos ucranianos  em Portugal e promotor da concentração.  

À semelhança de ocasiões anteriores, os membros da comunidade ucraniana  em Lisboa compareceram com bandeiras do seu país, cartazes que comparam  o Presidente russo Vladimir Putin a Hitler, ou palavras de ordem que exigiam  o "Fim da agressão russa", ou avisos ao líder do Kremlin que "nunca terá  a Ucrânia". Em uníssono, entoaram ainda o hino nacional do país.  

"Dizemos não à anexação da Crimeia, que é território da Ucrânia. Ninguém  vai deixar que a Crimeia seja integrada na Rússia ou em qualquer outro país,  vamos apoiar os ucranianos que moram na Crimeia, e os tártaros, mesmo russos",  assegurou Sodokha, antes de denunciar o "falso referendo" de domingo e onde,  segundo os resultados oficiais, foi aprovada por esmagadora maioria a anexação  da península à vizinha Rússia.  

"Como sabemos através dos nossos contactos diretos, o referendo é falso.  Quando se referem a 96% de apoiantes à anexação, temos a informação que  não passou dos 30%, tudo o resto foi falsificado", garantiu, enquanto uma  discreta presença policial vigiava a concentração que decorreu a algumas  dezenas de metros da representação diplomática russa.   

Perante uma situação definida como "perigosa", Pavlo Sadokha prometeu  o prosseguimento das ações de protesto, a manutenção da "pressão" sobre  a embaixada da Rússia, e o início de "ações informativas" contra o "imperialismo  russo e a invasão da Ucrânia pelo Kremlin". "Vamos continuar até que as tropas russas saiam da Ucrânia e termine  o perigo de uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia", asseverou.  

 

     

 

Lusa