"Os ucranianos e tártaros que vivem na Crimeia começaram a ser perseguidos, começam a fugir, tenho informação pela minha própria família, que já recolheu uma família tártara em Lviv (oeste). Estão a ser retirados das casas, ameaçados de morte", disse à Lusa Pavlo Sadokha, presidente da associação dos ucranianos em Portugal e promotor da concentração.
À semelhança de ocasiões anteriores, os membros da comunidade ucraniana em Lisboa compareceram com bandeiras do seu país, cartazes que comparam o Presidente russo Vladimir Putin a Hitler, ou palavras de ordem que exigiam o "Fim da agressão russa", ou avisos ao líder do Kremlin que "nunca terá a Ucrânia". Em uníssono, entoaram ainda o hino nacional do país.
"Dizemos não à anexação da Crimeia, que é território da Ucrânia. Ninguém vai deixar que a Crimeia seja integrada na Rússia ou em qualquer outro país, vamos apoiar os ucranianos que moram na Crimeia, e os tártaros, mesmo russos", assegurou Sodokha, antes de denunciar o "falso referendo" de domingo e onde, segundo os resultados oficiais, foi aprovada por esmagadora maioria a anexação da península à vizinha Rússia.
"Como sabemos através dos nossos contactos diretos, o referendo é falso. Quando se referem a 96% de apoiantes à anexação, temos a informação que não passou dos 30%, tudo o resto foi falsificado", garantiu, enquanto uma discreta presença policial vigiava a concentração que decorreu a algumas dezenas de metros da representação diplomática russa.
Perante uma situação definida como "perigosa", Pavlo Sadokha prometeu o prosseguimento das ações de protesto, a manutenção da "pressão" sobre a embaixada da Rússia, e o início de "ações informativas" contra o "imperialismo russo e a invasão da Ucrânia pelo Kremlin". "Vamos continuar até que as tropas russas saiam da Ucrânia e termine o perigo de uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia", asseverou.
Lusa