Crise na Ucrânia

Kiev dá três horas à Crimeia para libertar comandante da Marinha

O presidente interino da Ucrânia deu hoje três horas às autoridades da Crimeia para libertarem o comandante da Marinha ucraniana, detido durante a ocupação de uma base naval ucraniana em Sebastopol,  ou enfrentarem "uma resposta adequada". 

Base ucraniana em Sebastopol (Reuters)
© Vasily Fedosenko / Reuters

"Oleksandr Turchinov deu ao poder autoproclamado da Crimeia três horas para libertar todos os reféns", incluindo o contra-almirante Sergui Gaiduk,  caso contrário será dada "resposta adequada de natureza técnica e tecnológica",  afirma um comunicado da presidência citado pela agência France Presse. 

O comunicado, que não precisa a hora a que expira o prazo, foi divulgado  às 18:00 horas locais (16:00 TMG e Lisboa).  

Forças pró-russas tomaram hoje a base naval ucraniana em Sebastopol,  juntamente com representantes das forças russas, e anunciaram ter "levado"  o comandante Gaiduk. 

Segundo meios locais, Gaiduk foi conduzido à sede do Ministério Público  "para interrogatório" sobre a autorização dada pelo governo da Ucrânia às  suas forças militares na Crimeia para utilizarem as armas. 

Citado por meios locais, reproduzidos pelos 'media' russos, o Ministério  Público da Crimeia informou que Gaiduk -- nomeado depois de o seu antecessor  ter anunciado o seu alinhamento com as autoridades pró-russas da península  -- foi detido por suspeita de "ordenar a unidades militares ucranianas que  abram fogo contra civis pacíficos". 

Também segundo meios locais, os militares presentes na base naval abandonaram  o local em pequenos grupos, acompanhados por supostos milicianos, tal como  ocorreu numa outra base, tomada horas depois pelas forças pró-russas e russas  em Novoozerne (oeste da Crimeia). 

A república da Crimeia e a cidade de Sebastopol, anexadas na terça-feira  pela Rússia, foram palco nas últimas 24 horas de incidentes em três bases  militares ucranianas. 

Ao contrário de terça-feira, quando um ataque por homens armados a  uma base em Simferopol fez um morto e dois feridos, as ocupações de bases  de hoje em Sebastopol e Novoozerne não envolveram violência. 

 

Lusa