"Nos últimos dias, as forças russas têm estado a retirar-se gradualmente da zona da fronteira", afirmou o porta-voz do ministério ucraniano, Oleksiy Dmytrashkivskiy, numa entrevista via telefone à agência noticiosa francesa AFP.
O porta-voz disse que não podia confirmar o número de soldados envolvido nesta possível manobra de retirada ou quantos militares russos ainda permanecem na fronteira com a antiga república soviética.
Fontes oficiais europeias e norte-americanas estimaram, durante o último fim de semana, que a súbita concentração de tropas russas junto à fronteira com o leste da Ucrânia envolvia entre 30.000 a 40.000 militares.
Um analista do Centro de Estudos Militares e Políticos de Kiev, Dmytro Tymchuk, afirmou que, segundo informações fornecidas por algumas fontes, cerca de 10 mil soldados russos permaneciam hoje de manhã junto da fronteira.
Ainda em declarações à AFP, o porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano precisou que as autoridades de Kiev não foram notificadas formalmente por Moscovo sobre uma eventual retirada das tropas e, portanto, não sabia especificar por que motivo os militares russos estavam a sair das posições.
"Poderá estar ligado a uma rotação regular de soldados", afirmou Oleksiy Dmytrashkivskiy.
"Ou pode ter uma ligação às conversações entre os Estados Unidos e a Rússia", acrescentou.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, encontraram-se no domingo em Paris para uma nova ronda de conversações sobre a crise ucraniana.
Ao fim de um encontro de cerca de quatro horas, os representantes de Washington e de Moscovo não alcançaram um acordo em relação à questão ucraniana, mas manifestaram a intenção de prosseguir com o diálogo e alcançar no futuro um "acordo diplomático".
Lusa