Crise na Ucrânia

Ativistas pró-russos tomam sedes administrativas no leste da Ucrânia

Manifestantes pró-russos controlam cinco sedes  administrativas do Estado nas três principais cidades do leste russófono  ucraniano, depois de hoje terem tomado o Serviço de Segurança da Ucrânia  (SSU, antigo KGB), em Jarkov, e a filial do Banco Nacional em Lugansk. 

(Reuters/ Arquivo)
© Stringer . / Reuters

Em Jarkov, onde pelo menos 15 pessoas ficaram feridas no domingo após  confrontos entre manifestantes pró-russos e ativistas da Euromaidan (como  é conhecido o movimento de contestação lançado na Praça da Independência,  em novembro, que derrubou o Presidente Viktor Yanukovych), os manifestantes  tomaram de assalto, durante a noite de hoje, a sede do Governo regional.

"O nosso objetivo é aguentar aqui 24 horas para que cheguem chegarem  reforços de Donetsk e Lugansk (bastiões prórussos na Ucrânia). Já falamos  com uns e com outros", disse Yegor Logvinov, um dos líderes do protesto,  aos seus correligionários, de acordo com a imprensa local, citada pela agência  noticiosa Efe. 

Entretanto, o governador de Jarkov, designado por Kiev, Igor Baluta,  qualificou de "provocação" os confrontos registados domingo na segunda maior  cidade do país.  

"Não tenho nenhuma dúvida de que o guião deste conflito não foi escrito  nem na nossa cidade nem tão pouco no nosso país. Os acontecimentos em Donetsk  e Lugansk comprovam isso", afirmou Baluta, numa referência à "mão negra"  de Moscovo nos distúrbios antigovernamentais no leste fronteiriço com a  Rússia.  

Os manifestantes pró-russos também asseguraram, no domingo, o controlo  das sedes do Governo regional de Donetsk e do SSU em Lugansk. 

En Donetsk, os ativistas içaram bandeiras russas no edifício e exigiram  a realização de um referendo local para a adesão da região à Rússia.  

O assalto à sede administrativa, o terceiro deste mês, foi levado a  cabo na sequência de uma manifestação prorussa na capital da região mineira,  uma das mais ricas do país e cidade natal do Presidente deposto, Viktor  Yanukovych. 

Em Luganks, os ativistas obrigaram as autoridades da região a libertar  seis dos seus companheiros, detidos por terem participado em outros protestos  contra as novas autoridades.  

Apesar de ter sido cumprida a sua principal exigência, os ativistas  continuam na sede do SSU e preparam-se, inclusive, para se defenderem das  forças de segurança, de acordo com os 'media' locais. 

As manifestações pró-russas e a tomada de edifícios estatais no leste  da Ucrânia tem vindo a registar-se desde o derrube do poder em Kiev, no  final de fevereiro, com as autoridades ucranianas a temerem a possibilidade  de se repetir o cenário verificado na Crimeia. 

A Crimeia foi anexada à Rússia após a realização de um referendo, a  16 de março. 

 

      Lusa