"Serei breve: a Ucrânia está à beira da guerra civil, é assustador", disse o primeiro-ministro e ex-presidente da Rússia, citado pelas agências russas.
Medvedev acrescentou ter esperança de que "as autoridades 'de facto'" da Ucrânia não permitam "este tipo de terrível perturbação".
A Rússia não reconhece o governo de Kiev, apoiado pelos países ocidentais, que assumiu o poder durante a crise que levou à destituição do presidente ucraniano Viktor Ianukovitch, considerado pró-russo.
Medvedev, que presidiu à Federação Russa entre 2008 e 2012 e depois se afastou para permitir uma terceira candidatura de Vladimir Putin, criticou por outro lado o apelo das autoridades ucranianas para o envio de tropas da ONU para o leste do país.
"Em regra, a chegada de contingentes de manutenção de paz não resolve nada, infelizmente, apenas congela o problema", disse Medvedev, que falava após uma reunião com os homólogos da Bielorrússia e Cazaquistão.
O primeiro-ministro russo repetiu também o pedido aos Estados Unidos e à União Europeia para que traduzam as promessas de apoio em ações concretas.
"Todos os que dizem que é necessário ajudar a Ucrânia devem fazer alguma coisa pela Ucrânia", disse.
"Refiro-me aos parceiros europeus e aos nossos parceiros do outro lado do oceano. Que deem pelo menos um dólar. Fazem promessas intermináveis: damos mil milhões, cinco mil milhões... Deem alguma coisa", disse.
Medvedev exemplificou com os subsídios russos ao preço do gás exportado para a Ucrânia, afirmando que eles permitiram a Kiev poupar cerca de 100 mil milhões de dólares desde a independência (1991). "São números reais", disse.
Lusa