Crise na Ucrânia

Putin apela para adiamento de referendo separatista na região de Donetsk

O Presidente da Rússia apelou hoje aos separatistas  pró-russos da Ucrânia para adiarem o referendo previsto para domingo sobre a independência da autoproclamada república de Donetsk, e anunciou a retirada  das tropas russas da fonteira comum.

© Sergei Karpukhin / Reuters

"Pedimos aos representantes do sudeste da Ucrânia para adiarem o referendo  previsto para 11 de maio, garantindo as condições necessárias ao diálogo",  disse Vladimir Putin em conferência de imprensa após um encontro com o presidente  da OSCE, o suíço Didier Burkhalter.   

Os rebeldes pró-russos anunciaram a realização em 11 de maio de um referendo  sobre a "declaração de independência" da autoproclamada república de Donetsk,  uma cidade da região mineira do leste da Ucrânia e perto da fronteira com  a Rússia.  

Após a declaração de Putin, o líder separatista Denis Pouchilin indicou  que a proposta do Presidente russo seria analisada numa reunião.   

"Consideramos que o diálogo direto entre as autoridades de Kiev e os  representantes do sudeste da Ucrânia constituiu o elemento chave de um compromisso",  indicou o líder do Kremlin.  

"É necessário que as populações no sudeste da Ucrânia compreendam, sintam  e acreditem que os seus direitos vão ser garantidos após a eleição presidencial  de 25 de maio", sublinhou.  

Putin também afirmou que Moscovo retirou as suas tropas da fronteira  com a Ucrânia, onde estariam concentrados 40.000 homens em finais de abril,  segundo uma estimativa da NATO. 

As conversações entre o Presidente russo e o responsável da Organização  para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) demonstraram que as "posições  sobre a forma de resolver a crise são muito semelhantes", assegurou Putin.

"A nossa proposta consiste em quatro pontos: cessar-fogo, desarmamento,  diálogo, eleição", considerou por sua vez o Presidente da confederação helvética,  que assegura em simultâneo a direção da OSCE.  

Putin também indicou concordar com a proposta da chanceler alemã Angela  Merkel de reunir as autoridades de Kiev e os representantes dos separatistas  do sudeste da Ucrânia numa mesa-redonda negocial.  

Burkhalter adiantou que, de momento, não está prevista uma nova conferência  sobre o modelo do recente acordo de Genebra entre a Rússia, a Ucrânia e  os ocidentais, e quando na terça-feira tinha apelado a "um prosseguimento  de Genebra", em referência ao acordo diplomático concluído em 17 de abril.

Lusa