Crise na Ucrânia

Região pró-russa Donetsk acolhe conversações de "unidade nacional"

As conversações de "unidade nacional" ucraniana  serão realizadas na quarta-feira em Donetsk, capital da região pró-russa  que declarou na semana passada a independência, anunciou hoje o governador  da região designado por Kiev, Serguei Taruta. 

© Stringer . / Reuters

 Será a terceira mesa redonda de "unidade nacional", iniciativa que se  inscreve no roteiro para a paz proposto pela Organização para a Segurança  e Cooperação na Europa (OSCE). 

"A mesa de unidade nacional é uma plataforma para o diálogo entre representantes  da comunidade internacional e as autoridades ucranianas com representantes  das organizações envolvidas no conflito", afirmou Taruta, segundo os 'media'  ucranianos. 

No entanto, o governo de Kiev, representado nas anteriores mesas redondas  pelo primeiro-ministro interino Arseni Iatseniuk, rejeita categoricamente  incluir nas conversações de "unidade nacional" os líderes dos movimentos  de rebelião das regiões de Donetsk e Lugansk (leste da Ucrânia), que qualifica  como terroristas. 

O Ministério Público da Ucrânia já declarou as autoproclamadas "repúblicas  populares" de Donetsk e de Lugansk como "organizações terroristas". 

O governador de Donetsk designado por Kiev pediu aos representantes  de outras organizações políticas e sociais da Ucrânia, bem como aos membros  do processo de negociações de Genebra (Rússia, Ucrânia, União Europeia e  Estados Unidos), para participarem nesta mesa redonda, realizada em plena  contagem decrescente para as eleições presidenciais ucranianas, previstas  para 25 de maio (domingo). 

"A vossa participação será um importante sinal de apoio ao povo ucraniano,  que persegue uma rápida resolução da crise e a paz", disse o representante.

No sábado passado, no final da segunda mesa redonda de "unidade nacional",  realizada na cidade de Kharkov (a segunda maior da Ucrânia), o ex-presidente  ucraniano Laonid Kravchuk anunciou que a terceira reunião do fórum seria  realizada quarta-feira em Cherkassi (centro). 

O antigo chefe de Estado ucraniano admitiu durante a primeira mesa redonda,  que decorreu em Kiev, que Donetsk não oferecia garantias de segurança suficientes  para acolher a iniciativa de diálogo. 

Lusa