Crise na Ucrânia

Chanceler alemã defende investigação "rápida e independente" à queda do avião da Malásia

A chanceler alemã exigiu hoje uma investigação "independente e o mais rápida possível" à queda do avião da Malásia que sobrevoava espaço aéreo ucraniano e pediu ao Presidente russo que garanta uma "solução política" para o conflito.

© Thomas Peter / Reuters

Angela Merkel, começou a sua tradicinal 'conferência de imprensa de  verão' recordando a tragédia da queda do avião da Malaysia Airlines, na  quinta-feira na Ucrância, e defendeu que o mais urgente é a realização de  uma investigação rápida e independente para clarificar os "muitos, muitos  indícios" que apontam para um ataque ao avião. 

Merkel evitou falar dos presumíveis responsáveis e insistiu na necessidade  da investigação, considerando que a única saída para o conflito na Ucrânia  é encontrar "uma solução política" e, neste contexto, apelou à responsabilidade  da Rússia e instou o Presidente do país a trabalhar para conseguir alcançar  um cessar fogo. 

"Não há nenhuma outra alternativa razoável", vincou a chanceler. 

O avião da Malaysia Airlines, com 298 pessoas a bordo, fazia a ligação  entre Amesterdão e Kuala Lumpur, tendo desaparecido dos radares da Ucrânia  a uma altitude de 10.000 metros. 

O "Boeing-777" perdeu a comunicação com terra na região oriental de  Donetsk, perto da cidade de Shaktarsk, e palco de combates entre forças  governamentais ucranianas e rebeldes pró-russos. 

Os serviços secretos norte-americanos disseram "acreditar fortemente"  que o avião foi abatido por um míssil terra-ar, de origem ainda desconhecida.

O conselho permanente da Organização para a Segurança e Cooperação na  Europa (OSCE) vai reunir-se hoje de emergência em Viena para debater o sucedido.

A reunião vai decorrer às 12:30 (11:30 em Lisboa), em Viena, anunciou  a organização, que realiza uma missão especial de observação na Ucrânia  desde março. 

A operadora nacional da Malásia é das poucas que ainda utiliza o corredor  aéreo da Ucrânia na ligação entre a Ásia e a Europa. De acordo com a recolha  feita pela AFP, a maioria das outras companhias aéreas deslocou o tráfego  mais ou menos 250 quilómetros para evitar sobrevoar esta zona de conflito  entre a Rússia e a Ucrânia. 

"Deixámos de voar sobre a Ucrânia por causa de preocupações com a segurança",  disse o porta-voz da Asiana, uma companhia aérea da Coreia do Sul que, à  semelhança da Korean Air, da australiana, Qantas, e da China Airlines, deixou  de sobrevoar esta zona da Ucrânia.