Vulcão provoca caos no espaço aéreo da Europa

IATA "arrasa" resposta dos governos europeus à crise da cinza vulcânica

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) -que reúne as principais companhias aéreas mundiais -arrasou, hoje, a resposta dada pelos governos europeus à nuvem de cinza, afirmando que as restrições ao tráfego aéreo não têm sido decisões eficazes ou consistentes.

"Perdemos a confiança na capacidade de os governos europeus tomarem decisões eficazes ou consistentes. Usando os mesmos dados, outros países chegaram a conclusões diferentes sobre se abrem ou fecham o espaço aéreo", declarou Giovanni Bisignani, o diretor geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que representa as principais companhias aéreas.



"O atual sistema europeu para decidir o fecho do espaço aéreo não está a funcionar", acrescentou.



As declarações de Bisignani surgem um dia depois de uma nuvem de cinza lançada pelo vulcão islandês Eyjafjoell (o mesmo que já em abril tinha fechado a maior parte do espaço aéreo europeu durante uma semana) ter levado ao cancelamento na segunda feira de cerca de mil voos e ao fecho de vários grandes aeroportos.



Bisignani admitiu que a nuvem de cinzas representa "um novo desafio" para o sector da aviação e reconheceu que é compreensível que se tenha de desenvolver um sistema para lidar com ele.



"Mas o que é absolutamente indesculpável é a incapacidade de os governos europeus agirem de forma urgente e coletiva para mostrar verdadeira liderança em tempo de crise", disse o máximo responsável da IATA.



Reino Unido vai "na direcção certa" com novas directivas



Bisignani notou que o Reino Unido está "a caminhar na direção certa" depois de os reguladores da aviação terem decidido introduzir novas diretivas (a partir das 12h00 de hoje) que autorizam voos através de áreas de cinza mais densa, durante um certo período de tempo.



As novas áreas - chamadas "Zonas de Tempo Limite" - foram criadas após discussões entre os reguladores e os fabricantes de aviões, disse uma fonte da Autoridade de Aviação Civil (CAA).



No entanto, Bisignani criticou outros governos europeus pela sua inação, realçando que o próximo encontro dos ministros europeus dos transportes está marcado para 24 de junho.



"Que tipo de liderança espera mais de um mês para tomar decisões críticas? Os negócios na Europa estão dependentes das viagens aéreas e os passageiros não podem esperar tanto tempo para que iniciativas como as tomadas no Reino Unido sejam alargadas a todo o continente", apontou.



Lusa

(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)