Ciência

Nova tecnologia transforma raios X em imagens coloridas e mais precisas

A descoberta tem várias aplicações possíveis, como por exemplo, na segurança aeroportuária e em testes não destrutivos além de poder vir a melhorar os diagnósticos médicos com teste de raio X.

Digitalização CHXI-MMT de uma bateria de lítio Duracell CR123A. As cores mostram os diferentes materiais dentro da bateria.
Digitalização CHXI-MMT de uma bateria de lítio Duracell CR123A. As cores mostram os diferentes materiais dentro da bateria.
Sandia National Labs

Uma equipa de cientistas dos Estados unidos (EUA) desenvolveu uma tecnologia capaz de melhorar as imagens dos testes de raio X tornando-as coloridas, noticiou na segunda-feira a Europa Press.

"Com esta nova tecnologia, estamos essencialmente a migrar do método tradicional, que era o preto e branco, para um mundo totalmente novo e colorido, onde podemos identificar melhor materiais e defeitos de interesse", disse a cientista de materiais Noelle Collins, em comunicado.

A tecnologia chama-se Imagem Hiperespectral Colorida de Raios X com Alvos Multimetálicos, ou CHXI MMT, para abreviar, indicou o engenheiro ótico e líder do projeto Edward Jiménez, coautor da investigação com Noelle Collins e a engenheira eletrónica Courtney Sovinec.

A equipa dos Laboratórios Nacionais de Sandia, nos EUA, obteve o resultado através de amostras minúsculas e padronizadas de vários metais, como tungsténio, molibdénio, ouro, samário e prata.

"Cada metal emite uma cor específica de luz de raios X. Ao combiná-lo com um detetor de discriminação de energia, podemos contar fotões (partículas) individuais, que fornecem informação sobre a densidade e medir a energia de cada fotão. Isto permite-nos caracterizar os elementos na amostra", explicou Courtney Sovinec.

O resultado são imagens coloridas com "uma clareza de imagem revolucionária e uma melhor compreensão da composição de um objeto", segundo Edward Jiménez.

Possíveis aplicações da nova tecnologia

Para os cientistas, a descoberta representa um grande avanço para a tecnologia de raios X, com várias aplicações possíveis, como por exemplo, na segurança aeroportuária e em testes não destrutivos (técnicas de controlo de qualidade que avaliam a integridade de materiais).

A equipa espera também que a tecnologia melhore os diagnósticos médicos com teste de raio X, por exemplo na deteção precoce de doenças como o cancro.

"Esperamos que isto (CHXI MMT) ajude a identificar melhores doenças como o cancro e a analisar as células tumorais de forma mais eficaz, indicou Edward Jiménez.

O investigador destacou que com a coloração obtém-se um feixe (de luz) "mais nítido e uma imagem de maior resolução que aumenta a capacidade do sistema de detetar microcalcificações (sais minerais que podem indicar cancro da mama) ".

Após 130 anos, desde que o físico alemão Wilhelm Röntgen descobriu os raios X em 1895, os cientistas dos EUA encontraram uma forma mais precisa de obter imagens de raios X, aproveitando diferentes metais e as cores da luz que emitem.