Na Unidade de Saúde Familiar (USF) Novo Sentido, no Porto, há oito médicos que fazem Trace Covid (sistema de vigilância de contactos) e que passam horas agarrados ao telefone.
Entre suspeitos e infetados com covid-19, seguem quase 300 casos, um número cinco vezes maior do que há uma semana.
Francisca Andrade, médica interna, explica à SIC que perdem mais de metade do tempo com chamadas e acrescenta que “muitos são casos assintomáticos e o seguimento que fazemos é mais para confirmar o diagnóstico e as baixas”.
“Ainda não foi preciso desmarcar consultas, mas estamos a chegar ao limite e temos de simplificar o modelo”, alerta Álvaro Pereira, diretor do Agrupamento de Centros de Saúde do Porto Oriental, onde a grande procura se verifica no atendimento de doentes respiratórios.
O serviço foi criado para dar resposta à pandemia e onde foi preciso triplicar a oferta.”Tínhamos uma média de 30 a 40 consultas por dia e agora temos 90 consultas e só é possível porque tivemos de aumentar resposta“, concluiu.
A consulta aberta da USF Novo Sentido tem cerca de 40 vagas por dia, mas nem sempre são preenchidas, uma opção que os doentes não urgentes deviam escolher para não entupir as urgências dos hospitais.
Álvaro Pereira esclarece que os cuidados de saúde primários têm uma resposta adequada a estes casos “no próprio dia, mas às vezes acontece que as pessoas que chegam ao centro de saúde às 9 da manhã têm consulta às 4 ou 5 da tarde e há pessoas que acham isto inaceitável, nós não concordamos.“
Catarina Lázaro
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