O Conselho Nacional de Saúde (CNS) contesta, esta terça-feira, a manutenção do uso obrigatório de máscara nas escolas, considerando que a infeção da covid-19 entre a comunidade educativa “não tem uma dimensão objetiva que o justifique”.
A posição é expressa numa nota divulgada hoje na sequência de uma reunião plenária do CNS na passada quarta-feira, dia em que a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, defendeu que o uso da máscara deve continuar nas escolas, onde há “uma grande população” suscetível de se infetar e infetar os outros, em particular familiares, mantendo a recomendação da sua utilização para menores a partir dos 10 anos.
O CNS “vê com apreensão a insistência” no uso de máscara “no contexto das escolas e creches”, considerando que “esta medida de proteção individual”, sendo de “aplicação proporcional”, deve “restringir-se a outros contextos mais específicos”, como serviços de saúde ou lares, e “não à comunidade escolar, onde a infeção não tem uma dimensão objetiva que o justifique”.
Na quarta-feira, a diretora-geral da Saúde disse que, apesar de a covid-19 nas crianças ser “habitualmente ligeira”, o fim do uso da máscara nas escolas “é um risco ainda grande com a transmissibilidade que ainda existe”.
O Conselho Nacional de Saúde, que se reuniu nesse dia para discutir as medidas em vigor em Portugal na resposta à pandemia da covid-19, é um órgão consultivo do Governo liderado pelo epidemiologista Henrique Barros.
A covid-19 é uma doença respiratória infecciosa causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado em finais de 2019 na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo. A Ómicron é a variante do SARS-CoV-2 dominante e a mais transmissível.
Apesar de eficazes, as vacinas contra a covid-19 em circulação não impedem totalmente a infeção e a transmissão da infeção.
COM LUSA
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