As autoridades de Xangai relataram esta segunda-feira as primeiras três mortes por covid-19 do mais recente surto na cidade, que está sob confinamento há várias semanas.
Todos os três infetados que morreram eram idosos com doenças subjacentes, como diabetes e hipertensão, e não estavam vacinados contra o coronavírus, disse Wu Ganiu, da Comissão de Saúde da cidade, em conferência de imprensa.
“Após entrarem no hospital, a condição de saúde de cada um agravou-se, e acabaram por morrer, apesar de várias tentativas para os salvar”, disse.
A totalidade de mortes na China causadas pelo novo coronavírus aumenta assim para 4.641.
Com a maioria dos 25 milhões de habitantes de Xangai confinada nas suas casas, pela terceira semana, o Governo chinês continua a implementar uma estratégia de tolerância zero à doença, que inclui o isolamento de todos os casos positivos e o bloqueio de cidades inteiras.
A China anunciou que 23.362 pessoas testaram positivo para o vírus, nas últimas 24 horas, a maioria assintomáticos, e quase todos em Xangai – que já conta com mais de 300.000 casos desde o final de março.
Os moradores da cidade reclamam que ficaram sem acesso a comida e necessidades diárias, face ao encerramento de supermercados e farmácias, e dezenas de milhares de pessoas foram colocadas em centros de quarentena, onde as luzes estão sempre acesas, o lixo se acumula e não existem chuveiros com água quente.
Qualquer pessoa com resultado positivo, e que não tenha sintomas, deve passar uma semana numa destas instalações.
Embora o Partido Comunista Chinês tenha pedido medidas de prevenção mais direcionadas, as autoridades locais continuam a adotar medidas rigorosas. Na cidade de Wenzhou, as autoridades permitiram recompensas de até 50.000 yuans (7.200 euros) por informações sobre pessoas que falsificarem o seu estado de saúde, informou o portal de notícias The Paper.
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