O virologista Celso Cunha, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, fez a análise, em entrevista à SIC Notícias, do momento atual da pandemia de covid-19 em Portugal.
Quinta vaga “com poucos danos”, pico em breve
De acordo com o o virologista, estando a economia a funcionar e encontrando-se baixos os números de mortos e internados em cuidados intensivos por infeção pelo novo coronavírus, “podemos passar pela quinta vaga com poucos danos”.
Celso Cunha prevê ainda que o pico da nova vaga se sinta na semana de 7 a 13 de fevereiro.
Campanha e eleições poderão aumentar números
O virologista refere, igualmente, que “é natural que haja um aumento de casos pela campanha eleitoral”, e também “um aumento de casos depois das eleições”.
Por esta razão, Celso Cunha aponta que a votação para as eleições legislativas de 30 de janeiro “poderia ter sido organizada de forma diferente, com, por exemplo, o alargamento de horários de voto para cidadãos em isolamento, o aumento do número de mesas de voto ou o recurso ao voto eletrónico ou antecipado.
Acrescenta ainda que “muitas das pessoas não irão votar porque acham que não há condições de segurança para isso”, apontando, igualmente, tratar-se de “um risco para as pessoas nas mesas de voto”.
Endemia? Prematuro. Imunidade? Para breve.
Para o virologista, “é prematuro falar em endemia”, visto “ser difícil prever o que vai acontecer nos meses seguintes”.
Refere, também, que poderão existir “algumas condições para a imunidade geral em Portugal nas próximas semanas ou meses”.
Vacinas ineficazes?
Por fim, Celso Cunha afirma que não se sabe “se as vacinas serão eficazes contra as novas variantes do coronavírus”, pelo que apela a uma “vigilância epidemiológica apertada”
