O primeiro-ministro admitiu que durante os tempos mais difíceis da pandemia houve medidas que foram incoerentes. Declarações de António Costa em Braga, na apresentação de um livro sobre as estratégias adotadas em Portugal por causa da covid-19.
“Sim, as medidas não foram sempre coerentes, mas procuraram ter um racional e esse racional no essencial a população percebeu sempre”, assumiu.
O chefe do Governo fez um balanço das medidas tomadas durante a pandemia, revelando que a mais difícil de tomar foi a do encerramento das escolas.
“Foi de todas a decisão mais difícil porque foi a primeira, a primeira em que estivemos confrontados com a dificuldade de ter de decidir sabendo que não teríamos um suporte inquestionável para essa decisão”, confessou.
Durante os últimos dois anos, o Governo realizou 128 conselhos de ministros exclusivamente dedicados à covid-19. António Costa revelou que estes foram sempre “muito exigentes” porque à volta da mesa todos partilhavam as mesmas dúvidas.
Dizendo não desejar voltar a gerir uma pandemia, o primeiro-ministro considerou que o país terá para sempre uma “divida impagável enorme” com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e com os cientistas tendo, contudo, sido o comportamento dos cidadãos e o seu bom senso a “chave de tudo”.
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