Um e-mail revelado pela imprensa britânica confirma que o secretário de Boris Johnson convidou cerca de 100 pessoas para uma festa na residência oficial do primeiro-ministro, em maio de 2021, numa altura em que o Reino Unido se encontrava em quarentena.
Boris Johnson e a mulher fariam parte dos cerca de 40 convidados que aceitaram o convite e estiveram presentes. O e-mail vem agora comprovar o que uma fotografia divulgada em dezembro já sugeria. Nela, é possível ver o primeiro-ministro britânico no jardim com cerca de 20 pessoas.
O que diz o e-mail?
O e-mail agora revelado foi enviado por Martin Reynolds, um dos principais assessores de Boris Johnson, e convida os funcionários do n.º10 de Downing Street a “aproveitar” o bom tempo que se fazia sentir naquele dia para tomar uma bebida no jardim da residência oficial do primeiro-ministro.
A 20 de maio, data da festa, os britânicos só podiam encontrar-se com uma pessoa fora do agregado familiar, ao ar livre, e mantendo dois metros de distância. O Reino Unido vivia um dos mais restritos períodos de quarentena desta pandemia.
“Depois do que tem sido um período extremamente atarefado, achámos que seria agradável aproveitar este bom tempo para partilhar algumas bebidas cumprindo o distanciamento social no jardim do n.º10 ao final do dia. Por favor juntem-se a nós a partir das 18:00 e tragam a vossa bebida”, lê-se no e-mail.
Segundo a BBC, vários funcionários terão questionado a realização do evento, com muitos a ficarem incrédulos por estarem a ser incentivados ajuntamentos num pico da pandemia.
O que diz o Governo britânico?
À Sky News, em resposta ao escândalo, uma fonte do Governo britânico culpou o assessor do primeiro-ministro, afirmando que o seu trabalho era “proteger a equipa que confiava nele para a liderar num momento que ninguém tinha vivido antes”.
O ministro da Saúde, Edawrd Argar, disse à BCC que compreendia a “raiva e tristeza que muitos sentem em relação a estas alegações”, mas sublinhou a importância de permitir que a investigação decorra antes de se tirarem conclusões precipitadas.
A Polícia Metropolitana confirmou na noite de segunda-feira “estar em contacto” com o Governo sobre este assunto, que pode ser objeto de uma investigação por violação das regras de saúde pública.
