A chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou esta quinta-feira que está a considerar suavizar algumas das medidas restritivas em vigor, na cidade, contra a covid-19, mas não avançou detalhes.
Lam foi criticada pela forma como lidou com a crise e pela comunicação pouco clara, desde que o território foi atingido por uma quinta vaga de infeções pelo novo coronavírus, provocada pela variante Ómicron.
Em menos de três meses, Hong Kong registou quase um milhão de casos e 4.600 mortes, muitas entre idosos não vacinados. Segundo diferentes estimativas, metade dos 7,4 milhões de habitantes já foram infetados.
Esta explosão de casos ocorreu mesmo depois de a região semiautónoma da China ter implementado, desde o início da pandemia, algumas das mais rigorosas restrições fronteiriças e medidas de distanciamento social do mundo. Desde janeiro, reuniões entre mais de duas pessoas são proibidas em locais públicos. Bares e restaurantes devem fechar às 18:00 e as escolas retomaram o ensino à distância.
Lam disse esta quinta-feira que está na altura de aliviar as restrições, “não porque o número de casos tenha diminuído (…), mas tenho uma forte sensação de que as pessoas estão fartas“, disse.
“Algumas das nossas instituições financeiras estão a perder a paciência com o isolamento”, acrescentou.
Questionada sobre o seu roteiro para sair da crise, a chefe do executivo recusou avançar com mais detalhes e acrescentou que os anúncios serão feitos “em 20 ou 21 de março”.
“A coisa mais difícil no combate ao vírus é que não podemos prever totalmente o que vai acontecer”, apontou.
Durante dois anos, Hong Kong aplicou uma política rígida de “zero casos” de covid-19, no entanto, já há mais de um mês que os hospitais estão sobrecarregados, tendo a cidade registado um número recorde de mortes para um país desenvolvido.
No mês passado, as autoridades anunciaram uma campanha de testes em massa para todos os habitantes de Hong Kong, uma medida que poderia ser acompanhada de confinamento. Este anúncio causou pânico entre os habitantes, que acorreram aos supermercados, e onde cerca de 65.400 residentes e expatriados fugiram da cidade.
De acordo com um artigo do jornal Financial Times, bancos internacionais como JPMorgan e Bank of America elaboraram planos de realocação devido em parte a um possível bloqueio. As autoridades de Hong Kong prescindiram, entretanto, do confinamento.
Com LUSA
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