Coronavírus

Covid-19: médicos de saúde pública consideram medidas de alívio das restrições adequadas

“A única medida que sai um bocadinho fora daquilo que foram as recomendações é o fim do isolamento dos contactos de alto risco”, defende Gustavo Tato Borges.

Covid-19: médicos de saúde pública consideram medidas de alívio das restrições adequadas

A Associação de Médicos de Saúde Pública considerou que as medidas de alívio das restrições de controlo da covid-19, anunciadas esta quinta-feira, são adequadas à realidade epidemiológica do país, à exceção do fim do isolamento dos contactos de alto risco

“A única medida que sai um bocadinho fora daquilo que foram as recomendações, e que se calhar a prudência ditaria, é o fim do isolamento dos contactos de alto risco”, disse à agência Lusa o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges.

Para o médico de Saúde Pública, “é estranho” que uma medida técnica de intervenção “seja definida ou restringida na sua aplicação pela decisão do Governo e não pela decisão da DGS [Direção-Geral da Saúde]”.

“Espero que a DGS venha a dizer que os contactos de alto risco não fazem isolamento, mas têm necessidade, por exemplo, de fazer um autoteste todos os dias e a sua responsabilidade será não sair se o autoteste der positivo”, defendeu, considerando que desta forma será minimizada “a situação do possível risco acrescido”.

“Fim da utilização dos certificados de forma massiva faz todo o sentido”

Relativamente às outras medidas anunciadas esta quinta-feira em conferência de imprensa pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, após a reunião do Conselho de Ministros, em Lisboa, Gustavo Tato Borges considerou que, globalmente, “estão bem e são adequadas à realidade epidemiológica do país”.

“O fim da utilização dos certificados de uma forma massiva faz todo o sentido, com exceção da entrada nos locais onde estão os mais vulneráveis, também poderiam fazê-lo para os grandes eventos, mas tudo bem”, comentou.

Na sua perspetiva, faz sentido que se “liberte um bocadinho mais estas medidas”, especialmente para “as pessoas que já estão vacinadas e aderiram à sua proteção”.

Para Gustavo Tato Borges, o fim da restrição da lotação máxima dos espaços também é “perfeitamente aceitável agora” como o fim da recomendação do trabalho, que já não era uma obrigatoriedade.

“É pena que as empresas e os trabalhadores não possam acordar entre si o que de facto é mais vantajoso, ou não”, declarou.

Alívio de restrições? O que foi decidido em Conselho de Ministros

O Conselho de Ministros decidiu esta quinta-feira a implementação de um conjunto de medidas de alívio das restrições de controlo da covid-19, na sequência da reunião de quarta-feira no Infarmed, em que peritos defenderam que evolução da situação epidemiológica permitia esse alívio.

Entre as principais medidas, na nova fase do combate à pandemia prevê-se também o fim dos limites de lotação em estabelecimentos comerciais e da exigência de teste negativo para grandes eventos, recintos desportivos, bares e discotecas.

Por outro lado, mantém-se a exigência de teste negativo, certificado de terceira dose da vacina ou de recuperação para visitas a lares e hospitais, bem como o uso de máscara em espaços interiores.

O Conselho de Ministros aprovou também a resolução que declara a situação de alerta em todo o território nacional continental até às 23:59 de 7 de março de 2022, deixando de vigorar a situação de calamidade.

Mariana Vieira da Silva justificou as alterações, afirmando que o alívio das restrições de controlo da covid-19 representa um novo passo para um regresso à vida normal dos cidadãos.

Saiba mais: