Coronavírus

Doentes não urgentes enchem urgências

Aumento de casos está a levar cada vez mais pessoas aos hospitais à procura de um teste à covid-19.

Doentes não urgentes enchem urgências

As urgências dos hospitais estão a ficar preenchidas com casos não urgentes e o atendimento das situações mais graves pode vir a ficar comprometido.

Em causa está o aumento de casos de covid-19, que leva cada vez mais pessoas aos hospitais à procura de um teste de despiste. 

O Hospital de Leiria tem recebido cerca de 400 doentes por dia nas urgências, quase tanto como os maiores centros hospitalares do país.

No entanto, a maioria dos casos são não urgentes. Muitas das pessoas que se dirigem ao hospital têm sintomas ligeiros ou vão para fazer um teste à covid-19.

O diretor clínico do centro hospitalar de Leiria, Salvato Feijó, explica que a situação está a ser agravada por estarem cerca de 60 profissionais de saúde infetados ou em isolamento.

Salvato Feijó apela aos utentes para não irem às urgências: “O hospital não tem capacidade para atender”.

Em Lisboa a situação complicou-se esta quarta-feira. 

A meio da tarde, o hospital Amadora-Sintra já tinha atendido mais de 400 pessoas na urgência. Na triagem, mais de metade dos casos foram considerados não urgentes e tiveram de esperar pelo menos cinco horas.

No Beatriz Ângelo, em Loures, têm chegado mais doentes e mais graves. Durante a tarde desta quarta-feira o hospital pediu ao INEM para não enviar mais ambulâncias por falta de capacidade de resposta. 

Em alternativa às urgências, para os doentes não urgentes são recomendados os centros de saúde. No entanto, os médicos de família têm estado ocupados a fazer os contactos para doentes com covid-19. 

Na Unidade de Saúde Familiar (USF) Novo Sentido, no Porto, há oito médicos que fazem Trace Covid (sistema de vigilância de contactos) e que passam horas agarrados ao telefone.

Entre suspeitos e infetados com covid-19, seguem quase 300 casos, um número cinco vezes maior do que há uma semana.

Francisca Andrade, médica interna, explica à SIC que perdem mais de metade do tempo com chamadas e acrescenta que “muitos são casos assintomáticos e o seguimento é mais para confirmar o diagnóstico e as baixas”.

A consulta aberta do centro de saúde Novo Sentido tem cerca de 40 vagas por dia, mas nem sempre são preenchidas. Esta seria uma das opções que os doentes não urgentes deviam escolher para não entupir as urgências dos hospitais.

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