Coronavírus

Fim da 5.ª vaga? “É melhor manter a calma, já se anunciaram dias da libertação várias vezes”

O investigador Miguel Castanho alerta para o “número extremamente elevado” de mortes por covid-19.

Fim da 5.ª vaga? “É melhor manter a calma, já se anunciaram dias da libertação várias vezes”

Miguel Castanho, investigador do Instituto de Medicina Molecular, diz que não é “prudente” que se pense que o pico da quinta vaga da pandemia de covid-19 já passou e alerta para os números da mortalidade.  

“Não é prudente pensarmos que já passamos pelo pico da quinta vaga e que podemos começar a pensar numa fase pós quinta vaga.” 

O investigador defende o mesmo que a Organização Mundial de Saúde, que recomenda muita prudência.  

“Não queremos precipitar-nos e anunciar mais um dia da libertação. Já se anunciaram dias da libertação várias vezes. Já passamos por essa frustração várias vezes. É melhor manter agora uma calma prudente.” 

Na SIC Notícias, afirma que basta olhar para a curva da incidência para colocar de lado a certeza de que o pico da quinta vaga já passou.  

Reconhece que, no domingo e segunda-feira, o número de casos foi mais baixo, mas lembra que estes são dias em que são feitos menos testes à covid-19. “Não se pode ter a certeza que estes dois valores mais moderados são significativos para marcar uma tendência.” 

“Estamos longe de ter a certeza que chegamos a um ponto de inflexão, muito menos de retrocesso na curva da incidência.” 

Para o investigador, pior do que a incidência em si, é o elevado número de vítimas mortais da covid-19. “É um número extremamente elevado.” 

“Estas dezenas de famílias enlutadas todos os dias… isto é uma carga muito pesada.” 

Diz que o elevado número de mortos estará relacionado com o aumento da incidência e dos internamentos.