Está marcada para esta quarta-feira a próxima reunião do Governo com peritos que acompanham a evolução da pandemia. O Presidente da República fala numa “nova fase de transição para a endemia”.
Na próxima quarta-feira, às 10:00, os peritos voltam a fazer um ponto de situação da pandemia em Portugal, e é com base no que vai ser dito que o Governo deverá aliviar medidas de forma faseada.
Uso de máscara
Por exemplo, deverá cair o uso obrigatório de máscara na rua, mas manter-se em locais onde há um elevado risco, como é o caso dos lares e hospitais.
Testagem
A política de testagem poderá mudar e ser feita apenas a quem tem sintomas ou em locais que o justifiquem.
Isolamento
Quem estiver infetado, mas assintomático, poderá ser dispensado de cumprir isolamento, mas é recomendado que mantenha o uso de máscara.
Pós-pico da quinta vaga
Nesta fase em que o país se encontra, o foco deverá mudar. As atenções deixam de estar na infeção e passam para a doença, porque os números indicam que entrámos numa fase descendente.
O pico da quinta vaga já passou: aconteceu na última semana de janeiro.
Esta segunda-feira, por exemplo, o registo é de cerca de 8.400 novas infeções, quase metade em relação ao boletim do dia anterior. É o menor número de novos casos diários desde 27 de dezembro do ano passado.
Nos hospitais, e apesar de um aumento da pressão no início do ano, os números são agora muito diferentes quando comparados com o começo de 2021. Estão internadas 2.364 pessoas, quando, há um ano, eram mais de 4.800.
Nas unidades de cuidados intensivos estão, ao todo, 148 doentes, mas, na mesma altura de 2021, eram quase 800 em estado crítico devido à covid-19.
Isto significa que, apesar do elevado número de infeções diárias das últimas semanas, não houve sobrecarga hospitalar, e este é um critério fundamental para decidir os próximos passos.
O parâmetro que está a descer de uma forma mais lenta tem a ver com o número de mortes, que atinge sobretudo os idosos com mais de 80 anos: representam 65% dos óbitos, mas quem monitoriza estes dados estima que a descida também vai começar a verificar-se nas próximas semanas.
Mesmo assim, se há um ano o país lamentava 138 vítimas devido à covid-19. Neste 14 de fevereiro, o boletim da DGS regista 35.
É neste cenário, e a manter-se a tendência de descida do índice de transmissibilidade e da incidência da doença, que o Governo poderá decidir que é altura de mudanças.
Cabe agora ao Governo a palavra final na passagem para uma fase de pré-endemia.