A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse esta terça-feira em entrevista na SIC Notícias que a obrigação do uso de máscara pode terminar “quando estivermos num patamar mais seguro”.
“20 óbitos por milhão de habitantes em 14 dias, é o valor que o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) considera seguro para os países tomarem medidas menos restritivas. Nós tínhamos essa meta, os especialistas transmitiram essa meta ao Governo e temos estado à espera desse valor”, afirmou Graça Freitas.
A diretora-geral da Saúde explicou que “íamos em muito bom caminho para atingi-lo, quando a curva da mortalidade fez uma ligeira inflexão, e agora está num patamar de estabilidade, mas acima desse valor. Esta última semana foi de 28,5 óbitos por milhão de habitantes em 14 dias”.
“Não é a máscara sozinha que faz baixar este número. O que temos receio é que estando este número elevado, quando tirarmos mais uma medida restritiva, que se abra de certa forma outra vez uma comporta e que voltemos a assistir ao aumento do número de casos e eventualmente do número de óbitos”, disse.
FIM DA OBRIGATORIEDADE DO USO DA MÁSCARA
Graça Freitas afirmou que a máscara “lembra-nos que ainda estamos em epidemia e tem o efeito barreira” e com a retirada poderá haver menos cuidados.
“Quando houver a retirada [da obrigatoriedade] da máscara vamos ter a sensação […] de que já atingimos de facto […] o dia da libertação”, alertou.
Sobre a obrigatoriedade do uso de máscara nas escolas, a diretora-geral da Saúde explicou que “ainda falta muito [para o final do ano letivo]. Eu creio que nós temos que acompanhar esta evolução epidemiológica, quase semana a semana. […] Não posso [comprometer-me com uma data]. Eu creio que não vai ser [até ao final do ano letivo], porque o ano letivo já acaba no verão e portanto eu creio que até lá nada indica que nós vamos ter uma nova inflexão na mortalidade, a não ser que surja uma variante diferente, ou uma linhagem diferente da atual variante”.
No entanto, “nos cuidados de saúde, nos lares e até nos transportes públicos, provavelmente vamos aconselhar a manter-se a máscara, porque são situações muito concretas”, disse.
CONTENÇÃO NA PÁSCOA
Graça Freitas fez também um apelo: “na Páscoa […] temos que fazer um último esforço”.
A diretora-geral da Saúde aconselha os portugueses a evitarem aglomerados e a protegerem os mais velhos.
Ainda sobre o impacto do conflito entre Rússia e Ucrânia, Graça Freitas afirmou que “todos sabemos que, de facto, a guerra abafou a covid-19, mas a covid-19 não desapareceu. A pandemia continua e a epidemia em Portugal e na Europa também”.
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