A pandemia provocou quebras sem precedentes na saúde: em 2020, tanto no Serviço Nacional de Saúde como no privado, houve uma diminuição do número de atos médicos. Nas urgências, por exemplo, houve menos 2,4 milhões de atendimentos.
É preciso recuar a 1999 para encontrar números tão baixos. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2020, no total, foram feitos quase seis milhões de atendimentos nas urgências. Ou seja, menos 30% quando comparado com o ano anterior.
Também o número de internamentos foi o mais baixo dos últimos 20 anos. Pela primeira vez, o número de internados não chegou a um milhão e os dias de internamento ficaram abaixo dos 10 milhões.
A maioria das camas ocupadas pertencem à especialidade de medicina interna – que, durante a pandemia, foram transformadas em serviços de infecciologia.
A análise do INE avança ainda que os utentes mais escolarizados e com mais rendimentos têm mais conhecimento sobre como funcionam o serviços de saúde, o que permite um melhor acesso.
O setor da saúde foi o mais afetado, segundo a análise de dados feita pelo INE a propósito do dia mundial da saúde, que se celebra esta quinta-feira.
Com a pandemia a entrar numa nova fase e o novo Governo de maioria absoluta, os especialistas lembram que o SNS precisa de mais profissionais, mas não só.
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