Um mês após o início da crise sismovulcânica na ilha de São Jorge, nos Açores, a vida “regressou à normalidade” e a população está “a saber conviver melhor com a situação”, descreveu esta quarta-feira o autarca de Velas.
“O número de pessoas que está fora do concelho ou da ilha já é muito residual. E, portanto, hoje as pessoas encaram já esta situação como uma normalidade dentro desta anormalidade que estamos a viver a cada dia”, disse o presidente da Câmara Municipal de Velas, Luís Silveira, no briefing sobre o ponto de situação da crise sismovulcânica na ilha de São Jorge.
Estima-se que cerca de 2.500 pessoas tenham saído do concelho das Velas, centro da crise sísmica, 1.500 por via aérea e marítima e as restantes através do concelho vizinho da Calheta – considerado o mais seguro pelos especialistas desde que se iniciou a crise sismovulcânica.
“A normalidade já regressou”, sobretudo com o regresso das férias da Páscoa já planeadas antes da crise sísmica, disse ainda o autarca. Passado um mês desde o início da crise sismovulcânica, “as pessoas estão a compreender” e “a saber conviver melhor com a situação”, comentou Luís Silveira.
“Dissemos sempre, desde a primeira hora, que as pessoas deviam manter as suas rotinas, as suas vidas normais, que não havia motivos para sair do concelho. Nunca pedimos para as pessoas saírem, como também não pedimos para voltarem. Essa é uma decisão que cabe a cada cidadão”, sublinhou.
Quando questionado sobre o impacto da crise sísmica na economia do concelho e nas famílias, o autarca sublinhou que os cancelamentos no setor turístico representam ter “menos sensivelmente 1.400 pessoas por dia na ilha, com base no número de camas disponíveis e ocupadas em época alta”.
“Estamos a falar em mais 25% em aumento de população que vem em férias e, por norma, gasta mais. Isto, para nós, é preocupante para um setor empresarial que está fragilizado e que vem de um pandemia”, referiu.
O presidente da Câmara Municipal de Velas assinalou o facto de o Governo Regional ter denotado “sensibilidade” para com a situação em São Jorge, registando “a prontidão no imediato” do presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, ao avançar com medidas e mostrar “abertura para se ir avaliando o evoluir da situação”.
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