Produzido pela televisão britânica Channel 4, "O jovem Mandela" revela que o homem que conseguiu fazer da África do Sul um exemplo de reconciliação, depois de décadas de opressão da população negra pela minoria branca, já foi um guerrilheiro, revela hoje o semanário da África do Sul Mail & Guardian, citado pela agência de notícias Efe.
Antes de substituir as bombas por discursos, Mandela liderou a ala militar do Congresso Nacional Africano (ANC), o partido que desde a clandestinidade lutava contra o apartheid e que chegou ao poder em 1994, após as primeiras eleições democráticas.
O realizador, Peter Kosminsky, afirmou que não há razão para deixar de ser apresentado ao público o passado violento de Mandela, que tantas vezes foi omitido em favor de outros momentos de sua vida.
O filme não se destina a "obscurecer a sua figura", diz Kosminsky, que acrescenta que é "provavelmente o maior admirador" do Prémio Nobel da Paz. O filme mostra Nelson Mandela a instruir os seus colegas sobre como explodir um edifício, mas segundo o realizador também mostra a política do ANC para evitar vítimas humanas.
Nelson Madela passou 27 anos preso pela sua luta contra o apartheid antes de, em 1994, se tornar o primeiro presidente negro da África do Sul.
O britânico Peter Kosminsky já fez trabalhos controversos anteriormente, como a série de televisão "A promessa", que mostra a luta dos judeus contra o protetorado britânico e os palestinianos na criação do Estado de Israel.