Cultura

Bigode de Salvador Dalí está intacto, às "10 para as 10"

O corpo do pintor surrealista catalão foi ontem exumado no Teatro-Museo de Figueres, por ordem de um tribunal de Madrid, para um exame de determinação de paternidade de Pilar Abel, que alega ser filha do artista. O pintor que morreu há 28 anos foi embalsamado e mumificado pelo que o corpo continua preservado e o famoso bigode levantado.

Bigode de Salvador Dalí está intacto, às "10 para as 10"

Os especialistas judiciais que recolheram as amostras de DNA dos restos mortais de Salvador Dali encontraram o corpo do pintor surrealista espanhol bem preservado.

Em conferência de imprensa, o secretário-geral da Fundação Dali, confirmou que "o corpo de Dali tinha sido embalsamado e mumificado e o bigode foi preservada, como disse o médico legista (Narcàs) Bardalet foi em sua posição clássica de «10 para as 10»" .

"Foi um momento emocional para o médico e para nós também", acrescentou, referindo-se este bigode preto levantado "em croc", tão característica de Dali, que gostava de se divertir em olhos arregalados.

Numa espécie de ironia do destino da vida rocambolesca do pintor surrealista espanhol surge agora, 28 anos após a morte de Salvador Dalí, uma cartomante, de 61 anos que reivindica ser filha do artista.

Pilar Abel, nascida como Dalí em Figueras, uma pequena cidade no norte da Catalunha, recorreu à justiça espanhola para exigir os direitos de filha, apesar dos esforços da fundação que administra ativos e bens de Dalí para parar o processo judicial curso, o juiz encarregue do caso ordenou a exumação.

O pedido de averiguação de paternidade de Pilar Abel foi admitido no tribunal de primeira instância número 11, de Madrid, em abril de 2015.

Pilar Abel alega ser fruto de uma relação de Salvador Dalí com sua mãe, que conheceu em Cadaqués (Girona), quando esta trabalhava como empregada de uma família que passava temporadas naquela povoação.

A mãe de Pilar Abel ter-lhe-á dito várias vezes que o seu pai era o pintor Salvador Dalí. Além disso, uma cuidadora da mãe de Pilar reconheceu que esta contava que manteve uma relação amorosa secreta com o pintor.

Pilar Abel já se submeteu duas vezes a testes de paternidade, mas nunca conseguiu que os resultados lhe fossem entregues.

O primeiro teste foi feito num laboratório em San Sebastián de los Reyes (Madrid), em julho de 2007, com restos de pele e cabelos que estavam agarrados a uma máscara de gesso do pintor, que foi feita pouco depois de este morrer e chegou às mãos de Pilar Abel.

O segundo teste foi feito em Paris, em dezembro de 2007, no escritório de Robert Descharnes, colaborador e biógrafo de Dalí, para comparar amostras de ADN de Pilar com material genético do pintor que Descharnes tinha em sua posse.