A decisão foi divulgada após uma reunião da academia que concluiu que os escândalos financeiros e alegados abusos sexuais envolvem membros da academia sueca impedem o desempenho da função.
"Concluímos que é preciso tempo para que a Academia recupere a confiança antes da escolha do próximo laureado", disse Anders Olsson, secretário da instituição através de um comunicado.
Olsson acrescenta que a decisão pretende respeitar os anteriores galardoados assim como os futuros vencedores do Prémio Nobel da Literatura, "assim como a Fundação Nobel e o público em geral".
Trata-se da primeira vez que, em tempo de paz, o prémio não é atribuído.
Em 1943, a escolha do galardão foi adiada devido ao conflito mundial que começou em 1939 com a invasão da Polónia pela Alemanha nazi.
A instituição que atribui o prémio foi atingida pelo escândalo sexual que envolve Jean-Claude Arnault, casado com a poetisa Katarina Frostenson, membro da Academia sueca, e que foi obrigada a demitir-se.
O debate sobre a crise ficou marcado por divisões entre os 18 membros, que são escolhidos para mandatos vitalícios, e que já levou à saída de sete pessoas que constituem o grupo.
No final do mês passado, a escritora Sara Stridsberg juntou-se ao grupo de sete membros da Academia Sueca que renunciaram ao cargo, na sequência do escândalo divulgado em novembro pelo Dagens Nyheter.
O jornal publicou a denúncia anónima de 18 mulheres relativa a abusos e agressões sexuais contra Jean-Claude Arnault, dramaturgo com ligações à Academia através do seu clube literário e casado Katarina Frostenson, escritora e ensaísta sueca, membro da Academia desde 1992.
Com Lusa